Quando os rumores foram confirmados, as autoridades daqueles país emitiram boletins dizendo estar tudo sob controle. Comunistas são mentiroso notórios, jamais admitiriam o quantos a situação estava fora de controle. A maior população do planeta caindo feito moscas, e as e a reação global foi demorada. Nada de efetivo foi feito para conter o vírus que se alastrava.
Houve pânico, saques e uma loucura que exponencialmente teve um efeito tão danoso quanto a praga. Exércitos foram as ruas, os mesmos tombaram sob o efeito devastador da doença. Quando profetas apocalípticos temia a justiça divina, e fatalistas temiam uma guerra de proporções mundiais, foi um vírus que dizimou a raça humana do planeta.
Estranhamente sobrevivi. Talvez fosse mais uma piada de mal gosto de Deus para comigo. Meus dias não eram monótonos, tinha horrores de coisas para fazer. Me obriguei a aprender coisas que nunca me imaginei fazendo. Ví o mato tomando conta das ruas, florestas tomando o lugar das cidades. Andei pelado em shoppings, atirei em manequins nas vitrines, fiz tudo o que deu vontade.
Mas chegou uma hora que a solidão apertou meu coração com uma mão fria, como a de um morto. E foi num fim de tarde, com um sol vermelho sangue sumindo no horizonte, que eu ví a mulher.
Primeiro achei que era alucinação minha, ela estava saindo de um prédio, segurando alguns sacos, talvez fosse comida. Fiquei estático, sem saber o que fazer, até que ela acenou para mim. Respondi com outro aceno, e caminhamos um, na direção do outro.
Outra piada de mal gosto, eu a conhecia. Quis Deus ou o destino, que a única mulher sobrevivente ao vírus fosse ela. A mulher mais irritante e inteligente que eu já havia encontrado na vida. E acho que nossas reações foram as mesmas com relação um ao outro. Houve um misto de desconforto e alegria. Conversamos, segurei as sacolas dela. Eram itens de higiene pessoal.
O destino da humanidade agora nas mãos de dois rabugentos e mal humorados, os novos Adão e Eva de um paraíso improvável.
Começo...
Reverendo Félix Fausto