Solitário na multidão, solitário na vida social e conjugal. A solidão era assim, democrática, pois à todos acolhia, sem distinção de classe social, raça, ou credo. Mas a solidão era também dele, só dele.
Mas Esnerto Cabron não se abalava com isso, ele até gostava, tinha a necessidade dela. Da introspecção, do autoconhecimento que a solidão oferecia. Estar sozinho, era estar consigo mesmo, e Esnerto gostava da própria companhia.
Ah, e que amante dedicada era a solidão, estava alí, sempre à mão, sempre pronta para atender seus desejos e anseios. E Esnerto não exigia muito dela, nada além da oportunidade de olhar para dentro do próprio coração.
Esnerto aceitava a solidão, assim como aceitava a morte. O homem criou Deus e a vida após a morte, por medo da solidão, abusos são tolerados, por medo da solidão. Aceitar a solidão, é dizer não à todo o tipo de sofrimento.
Reverendo Felix Fausto
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