O velho Landau era conduzido a uma velocidade que não chamasse a atenção da policia, mas também que não fosse lenta demais. Victor carregava no porta malas o de sempre, uma pá, uma picareta dois sacos de cal, e mais o corpo de Carlos com um tiro na testa e dois no peito.
Victor e Carlos trabalhavam para Anatole, chefão do crime organizado, um sujeito impiedoso, tinha ligações com a mafia russa.
Carlos tornare-se ganancioso, era um tipo articulado e com bons contatos, mas esses contatos não foram o suficiente para salvar sua vida. Victor foi encarregado de acabar com ele, coisa que foi feita com algum profissionalismo.
Victor encontrou Carlos num lugar onde Anatole o havia mandado ir, Carlos chegou trazendo uma bolsa esportiva.
-Aqui está o dinheiro dos caça niqueis que o Anatole pediu.- Mal Carlos terminou de falar e Victor atirou três vezes nele. Isso foi atrás de um velho depósito na zona portuária. Rápido e sem testemunhas.
Victor olhou o interior da bolsa, havia uma quantia indecente de dinheiro ali.
Enrolou o corpo de Carlos nun saco preto e colocou- o no porta malas. Recolheu os cartuchos da pistola e foi embora.
Assim aconteceu tudo.
Agora dirigindo em direção ao deserto, deveria fazer uma parada e encontrar o Dimitri. Dimitri era primo do Anatole e Victor não gostava dele. Se tivesse oportunidade, daria a Dimitri o mesmo destino de Carlos.
No caminho, Victor pensava sobre o que Anatole faria caso descobrisse que ele, Victor, fazia uns seis meses que estava comendo a puta favorita de Anatole.
Victor a mando de Anatole, passou duas semanas acompanhando Samantha em todos os lugarias em que ela ia. Restaurantes, lojas, teatros, médicos, tudo.
Acabaram se envolvendo emocionalmente, e planejavam fugir juntos. O destino era um país qualquer na América Do Sul onde as garras de Anatole não os alcançassem.
Já estava dirigindo ha duas horas numa estrada que cortava o deserto. O carro não tinha rádio, nada para distraí-lo naquela viagem enfadonha.
Só pensava na sua pequena e doce Samantha, nos planos que ambos haviam feito. Eles tinham uma boa quantia de dinheiro guardado. Era o suficiente para começarem uma nova vida.
Victor logo chegou ao ponto de encontro.
Lá estava Dimitri parado junto de um outro carro. Fumava um charuto caro.
-Droga, achei que fosse chegar mais rápido!-
-Não queria chamar a atenção, o que tem aí?-Victor foi até Dimitri, e viu que tinha um outro sujeito dentro do carro. Não reconheceu quem era.
-Que seja, vou com você no carro. Só temos outro corpo pra desovar, abra a mala-Ordenou Dimitri.
Victor abriu o porta malas, viu quando Dimitri trouxe da mala do outro carro um "embrulho". Era um corpo pequeno ele não teve dificuldade em carregar, jogou na mala onde estava o Carlos e foram embora.
Deram partida em direção ao coração do deserto. Uma lua grande e prateada iluminava eles.
-Como foi com o Carlos?
-Rápido, do jeito que tem que ser.
-Devia ter feito aquele bosta sofrer.-Disse Dimitri.
-Faço o que me foi ordenado, não sou nenhum psicopata, ao contrário de você eu não tenho prazer nisso.
-Pois esse "embrulho" que eu trouxe aí sofreu. E mereceu.-Respondeu Dimitri com um sorriso perturbador no rosto.
Mais duas horas e chegaram no ponto da desova. Quando saíram do carro Dimitri acendeu outro charuto.
Victor foi abrir o porta malas, os corpos amontoados estavam por cima das ferramentas que eles usariam.
Victor pensou em pedir ajuda para Dimitri, quando ele virou, viu que o Dimitre apontava um revolver para ele.
-Me dá a sua arma, bem devagar... Nada de atos heróicos.
Victor ficou confuso, mas logo entendeu tudo. Era muita ingenuídade dele achar que Anatole não descobriria sobre ele e Samanta.
A ele só restava rezar que Samanta tivesse fugido. Ela era esperta. Ou, que no minimo Anatole só lhe desse uma surra.
-Cara, você é burro mesmo. Achou que o chefe não sabia?- Era o momento de glória do Dimitri. A arma apontava direto para o peito de Victor.
Victor então tirou vagarosamente sua pistola e a jogou para Dimitri.
-Tira os corpos daí e começa a cavar, cova pra três.- Disse ele rindo.
Quando Victor terminou de cavar já estava quase amanhacendo. Jogou no buraco o corpo de Carlos, quando foi buscar o segundo, que era pequeno e exalava um perfume que lhe era familiar.
Apavorado deitou o macabro embrulho no chão, e rasgou com as mãos o plástico preto.
Desabou em desespero quando viu que era Samantha. Dimitri zombava da sua desgraça.
Samantha estava com a garganta cortada, Victor rasgou mais o plástico, ela estava nua e com marcas de tortura. Um dos olhos faltava.
-Malditos!!! Desgraçados!!!- Gritou Victor.
Avançou para cima de Dimitri que atirou, o projétil passou de raspão, Victor sentiu que parte da sua orelha havia estourado.
Rápido como um relâmpago pegou a pá e bateu com ela na cabeça de Dimitri. Bateu e bateu, até que não sobrasse mais nada.
Ficou por muito tempo abraçado ao corpo de Samantha. Enterrou na cova que havia feito. Os corpos de Dimitri e Carlos ele deixou para que os coiotes os devorassem.
Bom, ele tinha a seu favor o fator surpresa. E também não tinha mais nada a perder.
Numa estrada longe de qualquer lugar, ele planejou sua vingança.
Fim
Reverendo Felix Fausto
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