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segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Uma Estrada Longe De Qualquer Lugar

     O velho Landau era conduzido a uma velocidade que não chamasse a atenção da policia, mas também que não fosse lenta demais. Victor carregava no porta malas o de sempre, uma pá, uma picareta dois sacos de cal, e mais o corpo de Carlos com um tiro na testa e dois no peito.

       Victor e Carlos trabalhavam para Anatole, chefão do crime organizado, um sujeito impiedoso, tinha ligações com a mafia russa.

      Carlos tornare-se ganancioso, era um tipo articulado e com bons contatos, mas esses contatos não foram o suficiente para salvar sua vida. Victor foi encarregado de acabar com ele, coisa que foi feita com algum profissionalismo.

   Victor encontrou Carlos num lugar onde Anatole o havia mandado ir, Carlos chegou trazendo uma bolsa esportiva.

-Aqui está o dinheiro dos caça niqueis que o Anatole pediu.- Mal Carlos terminou de falar e Victor atirou três vezes nele. Isso foi atrás de um velho depósito na zona portuária. Rápido e sem testemunhas.

Victor olhou o interior da bolsa, havia uma quantia indecente de dinheiro ali.

 Enrolou o corpo de Carlos nun saco preto e colocou- o no porta malas. Recolheu os cartuchos da pistola e foi embora.

Assim aconteceu tudo.

     Agora dirigindo em direção ao deserto, deveria fazer uma parada e encontrar o Dimitri. Dimitri era primo do Anatole e Victor não gostava dele. Se tivesse oportunidade, daria a Dimitri o mesmo destino de Carlos. 

        No caminho, Victor pensava sobre  o que Anatole faria caso descobrisse que ele, Victor, fazia uns seis meses que estava comendo a puta favorita de Anatole.

Victor a mando de Anatole, passou duas semanas acompanhando Samantha em todos os lugarias em que ela ia. Restaurantes, lojas, teatros, médicos, tudo.

Acabaram se envolvendo emocionalmente, e planejavam fugir juntos. O destino era um país qualquer na América Do Sul onde as garras de Anatole não os alcançassem.

Já estava dirigindo ha duas horas numa estrada que cortava o deserto. O carro não tinha rádio, nada para distraí-lo naquela viagem enfadonha.

Só pensava na sua pequena e doce Samantha, nos planos que ambos haviam feito. Eles tinham uma boa quantia de dinheiro guardado. Era o suficiente para começarem uma nova vida.

Victor logo chegou ao ponto de encontro.

Lá estava Dimitri parado junto de um outro carro. Fumava um charuto caro.

-Droga, achei que fosse chegar mais rápido!-

-Não queria chamar a atenção, o que tem aí?-Victor foi até Dimitri, e viu que tinha um outro sujeito dentro do carro. Não reconheceu quem era.

-Que seja, vou com você no carro. Só temos outro corpo pra desovar, abra a mala-Ordenou Dimitri.

Victor abriu o porta malas, viu quando  Dimitri trouxe da mala do outro carro um "embrulho". Era um corpo pequeno ele não teve dificuldade em carregar, jogou na mala onde estava o Carlos e foram embora.

Deram partida em direção ao coração do deserto. Uma lua grande e prateada iluminava eles.

-Como foi com o Carlos?

-Rápido, do jeito que tem que ser.

-Devia ter feito aquele bosta sofrer.-Disse Dimitri.

-Faço o que me foi ordenado, não sou nenhum psicopata, ao contrário de você eu não tenho prazer nisso.

-Pois esse "embrulho" que eu trouxe aí sofreu. E mereceu.-Respondeu Dimitri com um sorriso perturbador no rosto.

Mais duas horas e chegaram no ponto da desova. Quando saíram do carro Dimitri acendeu outro charuto.

Victor foi abrir o porta malas, os corpos amontoados estavam por cima das ferramentas que eles usariam.

Victor pensou em pedir ajuda para Dimitri, quando ele virou, viu que o Dimitre apontava um revolver para ele.

-Me dá a sua arma, bem devagar... Nada de atos heróicos.

Victor ficou confuso, mas logo entendeu tudo. Era muita ingenuídade dele achar que Anatole não descobriria sobre ele e Samanta.

A ele só restava rezar que Samanta tivesse fugido. Ela era esperta. Ou, que no minimo Anatole só lhe desse uma surra.

-Cara, você é burro mesmo. Achou que o chefe não sabia?- Era o momento de glória do Dimitri. A arma apontava direto para o peito de Victor. 

Victor então tirou vagarosamente sua pistola e a jogou para Dimitri.

-Tira os corpos daí e começa a cavar, cova pra três.- Disse ele rindo.

Quando Victor terminou de cavar já estava quase amanhacendo. Jogou no buraco o corpo de Carlos, quando foi buscar o segundo, que era pequeno e exalava um perfume que lhe era familiar.

Apavorado deitou o macabro embrulho no chão, e rasgou com as mãos o plástico preto.

Desabou em desespero quando viu que era Samantha. Dimitri zombava da sua desgraça.

Samantha estava com a garganta cortada, Victor rasgou mais o plástico, ela estava nua e com marcas de tortura. Um dos olhos faltava.

-Malditos!!! Desgraçados!!!- Gritou Victor.

Avançou para cima de Dimitri que atirou, o projétil passou de raspão, Victor sentiu que parte  da sua orelha havia estourado.

Rápido como um relâmpago pegou a pá e bateu com ela na cabeça de Dimitri. Bateu e bateu, até que não sobrasse mais nada. 

Ficou por muito tempo abraçado ao corpo de Samantha. Enterrou na cova que havia feito. Os corpos de Dimitri e Carlos ele deixou para que os coiotes os devorassem.

Bom, ele tinha a seu favor o fator surpresa. E também não tinha mais nada a perder.

Numa estrada longe de qualquer lugar, ele planejou sua vingança.


                           Fim


Reverendo Felix Fausto

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