Como quem revira com uma vareta
As tripas de um gato atropelado
Vai feder
No espelho em que me olho
Vejo um homem em preto e branco
As cores que me davam vida
Parecem estar desbotando
Alguem me diga que isso é o inferno?
Eu só preciso sair do vazio
Voltar a ser quem eu era
Não é uma opção
Doeu para sair daquele casulo de desgraças
Eu olho para trás,
E não me orgulho dos estragos
Era um tempo em que eu coçava minhas feridas com um ralador de metal
Eu estou no vazio
Perdendo minha cor
Alguém me diga que isso é o inferno?
As vezes me sinto rodando
Em torno de algo que está apodrecendo
O vazio
Nem ouro
Nem luxúria
Nada satisfaz o vazio
Eu sonhei que morreria hoje
E segurei firme minhas armas
Eu só estou cansado de ser julgado
Mas ser o que eu era antes
Não é uma opção
O vazio em mim
No vazio
Para o vazio
E sempre o vazio.
Reverendo Felix Fausto
Nenhum comentário:
Postar um comentário