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domingo, 13 de dezembro de 2020

ALICERCE

 Quando tudo estiver desabando

Que você seja alicerce

Quando a esperança parecer distante

Que você seja a prece

Quando tudo for escuridão

Que você seja um farol

Quando a noite cair

Que você seja o sol

Quando o abismo se apresentar

Não tenha medo de pular

O mais alto que puder

Quando o medo estiver presente

Ache a  coragem

Que te fará ir em frente

Quando tudo parecer incerto

Terá quem importa por perto.


Reverendo Felix Fausto


quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

O Incrivel Circo De Baratas Da Senhorita Prissy Giovanni

      A pequena cidade de Porto Sombrio ficava perto de lugar nenhum, e longe de tudo o que era importante. Ainda assim, as pessoas que lá viviam eram de certa forma felizes

        Como toda a cidade pequena, lá as pessoas se conheciam, sabiam das vidas umas das outras. Nada de extraordinário acontecia em Porto Sombrio.

      A monotonia e o cotidiano arrastado eram recebidos como uma benção. Isso até o dia em que o circo chegou. Oito enormes carroções de madeira, puxados por cavalos vigorosos chegaram incitando a curiosidade dos habitantes de Porto Sombrio.

       Acamparam num grande terreno baldio, desmontaram os equipamentos, funcionários trabalhando feito formigas silenciosamente montaram toda a estrutura do circo. Era o assunto geral da cidade, mas estranhamente era um circo diferente, não se via jaulas com animais selvagens, leões, ursos e tigres. Mas pelo colorido das tendas e a decoração, se tratava mesmo de um circo.

        No dia seguinte alguns meninos locais distribuíam panfletos com os dizeres:

   O INCRIVEL CIRCO DE BARATAS DA 

   SENHORITA PRISSY GIOVANNI

Inauguração sexta as 20:00

       "Um circo de baratas ?" Era o que todos se perguntavam. Era realmente algo inusitado. Logo surgiram perguntas sobre a proprietária, a misteriosa Senhorita Prissy Giovanni.

      Quando chegou o tão esperado dia da inauguração do circo, as pessoas chegaram aos montes, parecia que toda a população de Porto Sombrio estava lá. As crianças corriam excitadas de um lado ao outro. Haviam vendedores de algodão doce, pipoqueiros, barracas de tiro ao alvo, brindes e todo o tipo de entretenimento.

       Uma grande barraca central com cadeiras e arquibancadas havia sido montada, as pessoas ganharam binóculos potentes para assistirem ao show, no meio do picadeiro mesas com pequenas estruturas foram preparadas para o espetáculo.

     Quando todos estavam devidamente acomodados uma fanfarra anunciou o inicio do espetáculo.

       Então as luzes se apagaram, e uma única luz projetou-se sobre a mulher no centro do picadeiro.

      Era uma figura ímpar, branca como uma boneca de neve, ou a lua em noites sem estrelas. Os cabelos negros e o batom da mesma cor, realçavam a brancura da sua pele. Ela era linda e terrivel como aqueles pesadelos que nos tiram o fôlego. E era doce, ao mesmo tempo em que incitava um temor sobrenatural.

-Respeitável público, sejam bem vindos ao Incrivel Circo De Baratas Da Senhorita Prissy Giovanni !!! -  A voz que saía dos pequenos lábios pintados de negro era cativante como um canto de sereia.

-Sou a Senhorita Prissy Giovanni, e espero que gostem desse espetáculo que já passou por vários países da Europa. - Dizendo isso ela saiu tão rápido quanto apareceu, e teve inicio o show.

       Maravilhadas as pessoas usando os binóculos viram Vigodroff, A Barata Mais Forte Do Mundo. No seu número, Vigodroff erguia uma bigorna como se fosse uma pluma, depois entortava grossas barras de aço, como se fossem arames.

        Depois vieram as Baratas Bailarinas, eram graciosas e delicadas, dançaram o Lago Dos Cisnes, o publico veio às lágrimas com a beleza do espetáculo.

      Logo depois as Baratas Trapezistas demonstraram coragem e precisão num arriscado número de trapézio.

       Em seguida foi a vez do Grande Khan, A Barata Domadora. Preso dentro de uma jaula com gatos, o Grande Khan desfilou sua coragem domando os gatos com um pequeno chicote.

        As pessoas estavam maravilhadas, cada número era melhor que o outro, os aplausos era insurdecedores, e logo chegou o ponto alto do show.

    A Senhorita Prissy Giovanni voltou ao centro do picadeiro carregando um vidro de conservas, e dentro uma pequena barata marrom.

-Senhoras e senhores, deixe-me lhes apresentar Baratozilla, A Barata Monstro !!! Vinda da lendária Ilha Da Caveira, essa barata gigantesca destruiu cidades por onde passou.

    O público ficou perplexo, a Baratozilla, presa naquele vidro de conservas não parecia em nada ameaçadora.

    Foi então que alguém na platéia gritou :

-Que merda é essa ? É uma barata normal, como isso pode destruír cidades ?-

   Outro também gritou:

-É, quero meu dinheiro de volta, isso é tapeação !!!

      Os ânimos começaram a ficar exaltados, alguém mais atrevido jogou uma cadeira, as vaias começaram.

  -Sei que não parece grande coisa, mas a Baratozilla tem a fantástica propriedade, de quando em contato com o oxigênio, crescer em proporções gigantescas. - Explicou calmamente a Senhorita Prissy Giovanni.

    As pessoas continuaram vaiando, e depredando o circo.

    Então calmamente ela tirou a tampa do vidro, e soltou a pequena barata.

      Então, algo fantástico aconteceu, a barata começou a crescer. Não demorou muito para que ela ficasse do tamanho de um elefante, e continuava crescendo. Os presentes entraram em pânico, desajeitadamente começaram a correr.

    Pisoteando uns aos outros, dispararam em desesperada debandada.

   A Baratozilla já estava do tamanho de um celeiro, as pessoas mais próximas foram devoradas sem a menor cerimônia, o xerife que estava presente disparou seu revolver, sem nenhum efeito. Foi devorado do mesmo jeito.

      As pessoas fugiam sem saberem ao certo para onde ir.

   Alguns prédios foram destruídos, alguns pegaram fogo. Um rastro de sangue e pedaços de corpos marcavam a pasaagem da Baratozilla.

      Foi então que a Senhorita Prissy Giovanni assobiou, e a Baratozilla voltou como um bichinho de estimação.

    Ela colocou no chão um estranho artefato que resplandeceu num ímenso clarão, e a Baratozilla voltou ao tamanho normal.

     Ela delicadamente empurrou a barata para dentro do vidro, e recolocou a tampa.

    Naquela mesma noite a estrutura do circo foi recolhida, e foram embora tão misteriosamente do mesmo jeito que chegaram.

  O  Incrivel Circo De Baratas Da Senhorita Prissy Giovanni, precisava se apresentar em outras cidades.


                       FIM

Reverendo Felix Fausto

       

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Dantalion

 Filho de David, rei dos reis, Salomão conduziu seu reinado em anos de prosperidade, justiça e sabedoria.

        Sabe-se que Salomão, secretamente aconselhava-se com 72 demônios aprisionados num jarro, que com sortilégios e encantamentos obscuros foram selados ali, para suas consultas.

          Não houve no mundo antigo um soberano mais sábio.

        Mas os anos foram cobrando sua conta ao velho soberano, e o dia da sua morte chegara. A reliquia que guardava os demônios, fora escondida em uma caverna secreta, e Salomão sepultado com o anel mágico, que tinha o controle sobre os demônios.

           Centenas de anos se passaram, por obra do acaso, ou determinação de entidades superiores, um terremoto atingiu a região da secreta caverna, e o jarro foi destruído.

       71 demônios lordes, condes e duques do inferno foram libertados. De Belial, nunca se soube o paredeiro, muitos disseram que ele ficou aprisionado num caco do jarro. Mas isso são histórias que os pastores contam.

         Muitos retornaram aos seus afazeres e obrigações nas profundezas do abismo.

            Mas um ficou na terra, vivendo secretamente entre os homens. Seu nome, Dantalion.

       Dantalion, o de muitas faces. Duque senhor de 36 legiões infernais, rebelara-se contra suas funções no inferno.

       Ele tinha muitas formas, ele sussurrava maldições e canções de guerra, corrompendo mentes e corações.

       Mas chegou um tempo, em que o próprio Dantalion percebeu que o homem é autosuficiente em destruir sua espécie.

      Então, ele decidiu ficar observando. Ria, quando delegavam ao diabo, a causa de todos os males do mundo.

    O homem faz seu próprio inferno, o homem é seu próprio diabo interior.

           Mas um dia, Dantalion sentiu em suas entranhas, como um aviso funesto, que o anel de Salomão havia sido encontrado...


Reverendo Felix Fausto

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

RIOS

 Dois rios

De águas passionais

E turbulentas

Paralelamente se aproximam

E as vezes se afastam

Ficam tempos dolorosos

Sem saber

Um do outro

Suas águas

Na calmaria apaixonada

Refrescando as almas

Conturbadas

Na profundidade

Dos mistérios que encerram

Afogam as palavras

Que nunca disseram

Um para o outro

Dois rios


Reverendo Felix Fausto

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Labioso

 Adjetivo

Que tem, ou em quem há labia; astucioso/manhoso

          Ela me define como um demônio, um principe das mentiras. Como se todo um séquito de putas e garotinhas ingênuas alimentassem meu ego.

         Que injustiça, logo eu, que pavimentaria com pétalas o caminho dela. Que me faria ouvidos à todos os seus sonhos.

   Ela não me dá platéia, e nem aplausos. Mas me instiga, guiando minha criatividade por caminhos sombrios. Eu a abriria com uma faca, do ânus até o pescoço, e a usaria como um casaco.

     Meu coração grita e se contorce, na escuridão furiosa, onde a luz nunca chega.


Reverendo Felix Fausto

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

LOIVO

        Um bar é assim, um porto onde naus errantes aportam. Todos os tipos de gente.

       Quando ví o sujeito chegando algo me disse que era um tipo peculiar. Na TV um jogo de futebol que não me chamava a atenção. Abordei o sujeito que disse se chamar Loivo, em homenagem à um jogador do Grêmio, fez questão de contar isso, para mim não significava nada.

    Nunca gostei de futebol, mas fui simpático com ele. Arrumei uma mesa, cadeira e servi um chope.

     Continuei circulando entre as mesa. Meu celular vibrou, era o Missioneiro, um amigo que também estava no bar, numa mesa ao lado do Loivo.

    "Nossa, esse cara é muito chato. Me achou aqui !"

   Dizia a mensagem.

"Somos responsáveis por aquilo que cativamos."

 Respondi bricando. Mas para não deixar o Missioneiro desamparado, fui até lá. Talvez o pobre Loivo, não passasse de um solitário. Muito comuns em bares.

     "Tu lembra de mim, né, estive aqui faz um ano." Ele disse. Eu não lembrava do que eu havia comido no almoço, quanto mais lembrar de alguém que esteve ali há um ano atrás.

           E ele conversava, mesmo que ninguem lhe desse atenção, contou mais sobre o nome, que seu pai adorava futebol, seu nome era essa homenagem à um tal Loivo Johann, um grande jogador. Contou que era muito dificil conseguir mulheres hoje em dia.

               Logo o Grêmio fez dois gols, ele vibrou, assim como todos ali.

    Pagou seu chope, e foi embora.

    Mais um solitário que se vai.


             Fim


Reverendo Felix Fausto

Velho

              A loira era um vulcão. Uma potra indomada, onde a cavalgada já não era para um cara da minha idade.

               Nossos beijos era leves, um calor me consumia por inteiro, enquanto meus dedos massageavam o clitóris durinho dela, afundava de vez em quando dois dedos para dentro dela.

           No quarto, a cachorrinha Fuffy descobriu meu sapato atirado num canto.

        Ficava numa briga estúpida com o meu pobre sapato. Mordendo com raiva, chacoalhando furiosamente de um lado para o outro.

        Aquilo estava tirando minha concentração, tudo o que eu queria era enterrar meu pau, o mais fundo que eu pudesse para dentro daquela buceta divina.

        Fuffy continuava com a peleia insana contra o meu sapato, senti meu pau amolescendo. Sexo para mim, exigia atenção, dedicação total no que eu estava fazendo.

     A loira mexendo, gemendo baixinho fez com que meu pau endurecesse novamente, aproveitei um momento em que a cachorrinha se aproximou, e chutei ela para longe enquanto socava dentro da loira.

         Que mulher !!!

       Levantei de cima dela, fiquei de pé na beira da cama, e puxei a loira. As pernas dela bem abertas, meti naquela buceta rosada. Sem dó.

         Não sei que pássaros cantavam no lado de fora, junto da janela, nem sabia que as aves acordavam tão cedo. Malditos pássaros, esbravejei. Eu estava meio que hipnotizado, com aqueles peitos enormes balançando à cada estocada que eu dava.

      Os pássaros continuavam com a algazarra. Queria que eles morressem, todos os pássaros do mundo.

     Que mulher !!!

        Senti uma eletricidade, um espasmo. O gozo veio, inundei ela. Jatos de porra quente, bombados para dentro dela. O gozo é uma pequena morte. Morri alí, com ela.

          Ficamos deitados, ela me olhando, aquele mar nos olhos dela, azuis. Ví meu destino neles.

        Era o oceano que me engoliria, eu marinheiro errante.

       Ficamos nos acariciando. Meu pau endureceu novamente. Sem cerimônias, ela sentou em cima.

      Cavalgando, me esgotando. Gozamos novamente.

        Ela continuou deitada. Fui tomar um banho, olhei meu pau, murcho feito uma salsicha que ficou por muito tempo na panela. 

     Que mulher !!!


Reverendo Felix Fausto

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

A Casa Da Solidão Eterna - Parte Dois

                   O tempo pareceu interminável na velha adega junto com a gata Shabbath, com as roupas encharcadas pela chuva, a sensação de frio absoluto naquele recinto úmido era intensa. Aqueci meu corpo bebendo algumas garrafas de vinho.

          O sono veio, cheio de sonhos obscuros com as coisas do lago.

               Acordei com a gata me lambendo o rosto. Não tinha idéia de que horas eram, tateei no escuro até chegar a pesada porta, que abri com alguma dificuldade.

            Shabbath correu escadas acima, na peculiar agilidade dos felinos. A luz do sol entrava pelas amplas janelas gradeadas, no salão principal vi  que a porta não havia sido aberta. As coisas infernais não invadiram a casa.

        Na mesa da cozinha, meu desjejum estava servido. Não sentia fome, "Quem havia feito o meu cafe ?"

Era a pergunta que eu temia a resposta, serviçais silenciosos, que em todo o meu tempo naquela enorme mansão, jamais eu havia encontrado uma outra alma, que não fosse a gata Shabbath.

         Ainda assim, servi para mim mesmo, uma fumegante xicara de chá, cortei um pedaço de presunto, e joguei para Shabbath, que se enroscava na minha perna.

       Agradecida, ela devorou o pedaço de presunto.

        Pelo resto da manhã procurei armas pela casa, achei um pesado sabre nautico, afiado como uma navalha. Vasculhei por vários cômodos, numa escrivaninha achei um colt, e munição.

          Armado e municiado, e protegido pela luz do dia, fui para fora da casa.

       Para minha surpresa, haviam pegadas por toda a parte, começavam no lago, e íam até a porta. Então não havia sido uma ilusão minha, uma miragem. Aquele insólito episódio realmente acontecera.

         Um vento frio soprou da floresta indo em direção ao lago. Como se fosse um bafejo gélido de morte.

      As superficie do lago ficou subtamente agitada.

      Então, uma profusão de tenáculos sairam de dentro do lago, agitando-se frenéticamente como serpentes atiradas ao fogo, algumas cobriam uma distância muito grande, e vinham em minha direção.

         Saquei o sabre, e decepei pelo menos três daqueles tentáculos, que cairam se contorcendo no chão barrento. Uma criatura, que era um misto de polvo e caraguejo, emergiu do lago.

       A boca escancarada e gosmenta, espalhando um hálito de carne putrafata urrou, atordoando meus ouvidos.

      Descarreguei o colt no monstro que submergiu deixando uma mancha negra na superficie do lago. Não senti medo, mas a necessidade de respostas.


CONTINUA...

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

A Casa Da Solidão Eterna

         Eu não sabia por quanto tempo eu perambulava pela casa.

         Uma mansão tão antiga quanto o tempo, nunca soube precisamente o numero de cômodos, talvez fosse a casa maior que o mundo, sua arquitetura me causava um medo sobrenatural.

         Mas eu vivia na casa. Cercada por uma floresta sombria, e em frente a um lago de águas escuras e tranquilas.  Quase sempre uma névoa cobria sua superficie.

         Jamais havia cruzado com um empregado, um mordomo ou um serviçal qualquer. Mas como magica, minhas refeições eram impecávelmente servidas no horário certo, as velas acesas sempre acesas quando a noite chegava, e as lareiras com um fogo aconchegante, quando esfriava.

     Nunca fui um tipo muito sociável, aquela solidão era para mim reconfortante. A biblioteca com seus volumes com capas de tecido, era o meu lugar favorito na ceieasa.

         Não via o tempo passar perdido em prazeirosas leituras.

      Meus momentos ali eram interrompidos quando o sinete das refeições me tiravam dos devaneios literários.

        As vezes nas noites sem lua, quando o sono me era roubado, eu sentia que algo mais vivia na casa.

        Foi quando ví uma gata, uma gata de um cinza claro, com olhos curiosos, que eu carinhosamente dei a ela o nome de Shabbath.

       Ganhei a confiança e a afeição dela de imediato. Shabbath era minha companheira inseparável. Lia para ela poesias de Erza Pound, T.S. Eliott e Poe.

      Minha vida na casa, era de uma gostosa monotonia.

     Numa noite de tempestade, onde relâmpagos e estrondosas trovoadas massacravam a terra, um vento furioso escancarou as janelas do meu quarto.

     Ví Shabbath no patio, cruzando os jardins e indo na direção do lago. Temi, por minha companheira, e ignorando a fúria da tempestade, fui atras dela.

    A chuva forte me fustigava os sentidos, relâmpagos iluminavam a noite como se fosse dia. Alcancei Shabbath, que estava encolhida próxima ao lago. Abracei a pobrezinha, protegendo-a com o meu casaco, em meio aos sons da tempestade, meus ouvidos foram invadidos por lúgubres murmúrios.

          Lamentos amargurados, que pareciam proferidos por vozes tumulares.

      Foi quando ví uma estranha mutidão emergindo do lago.

     Durante o clarão de um relâmpago, vislumbrei seus corpos vestidos em farrapos, os braços descarnados, erguidos ameaçadoramente em minha direção.

   Sorrisos de caveiras e órbitas fazias numa cena de horror e maldição.

     Abracei Shabbath mais forte, corri o mais rápido que eu pude e me tranquei  a casa.

    As portas era pesadas e fortes, duvido que tais criaturas entrassem na casa. Me refugiei na adega, no porão junto de Shabbath.

     Fiquei lá, rezando, implorando que o dia logo chegasse.


      Fim Da Primeira Parte.

       

terça-feira, 27 de outubro de 2020

A Caixa Das Calcinhas

                Eu estava sentado contemplando a folha em branco na máquina de escrever, sem a menor inspiração. Sentindo-me frustrado.

           Então a ela entrou feito um furacão, a porta escancarou-se num estrondo, que tenho certeza de que os vizinhos ouviram.

-Que porra é essa ?- Perguntou, reconhecí de imediato a caixa de sapato que ela tinha nas mãos. Estava furiosa, ela tinha encontrado a caixa onde eu gardava minha coleção de calcinhas, eram os espolios de guerras amorosas, troféus das minhas conquistas amorosas que eu secretamente guardava no fundo do roupeiro.

-Não acredito, devassando minhas coisas de novo ?- Antes de me responder ela virou o conteudo da caixa sobre a mesa.

          Estavam ali uma variedade enorme de lingeries.uma branquinha de algodão, cheia de patinhos. Uma vermelha com rendas, que deveria ter custado muito, uma lilás, daquelas de "puta pobre", outra com um ziper estratégico, para as mais ousadas.

       Mas predominava o preto, muitas  calcinhas pretas, parecia ser a preferência.

 -Seu tarado, isso é lembrança das tuas vadias ?- Os olhos azuis injetados de ódio, ela era o retrato da morte, da minha morte.

           Me senti ofendido, não eram vadias, talvez uma, ou outra. Mas não no geral.

         Respirei fundo pensando num jeito de acalma-la.

-Não tem uma calcinha minha aqui, por que, não sou digna ???- Perguntou irônica. Então puxei da gaveta da escrivaninha, um pequeno baúzinho de madeira, ricamente entalhado com flores coloridas pintadas manualmente.

     Ela sem entender abriu o bauzinho, e dentro estava uma tanguinha dela, que ela estava usando na nossa primeira vez.

      Um sorriso brotou em seu rosto de orelha à orelha, a fera havia sido acalmada.

    Naquela noite, o sexo foi épico.



Reverendo Felix Fausto

Pérola

 Ela se fechou

Como uma concha

Ela é a pérola mais perfeita

Fugindo dos meus anseios

Vestiu-se de um glamour

Para enganar meus olhos

Tornando-se invisivel

Ao meu desejo

Mas eu sentia sua presença

Nos raios de um luar fantasmagórico

Na poesia das coisas

Abafadas no coração

Quando o sono fugia

E os fantasmas da minha solidão

Me faziam companhia.


Reverendo Felix Fausto

terça-feira, 28 de julho de 2020

                    O Dom

             Claro que ela tem esse dom, algo como uma dádiva concedida pelos deuses do inferno, ou qualquer outro panteão sombrio.

                        Era o dom de me tirar do sério. Ficava pensando como uma criatura adorável, do nada se transformava a numa vadia de Satã ? Certa vez por causa de um cabelo estranho encontrado no box do banheiro, a casa veio a baixo. Com ela indignada sobre a procedência daquela porcaria de cabelo.

                    Eu não tinha a menor idéia de onde tinha saído aquilo. Então como de costume todas as minhas falhas e escapadas eram jogadas na minha cara como roupas  velhas. Nos xingávamos, coisas eram quebradas e jogadas ao ar.

              Decidido a deixar aquela louca gritando sozinha, eu saía porta à fora, é ela me seguia. Mas bastava a danada me beijar, é o pau ficar duro, e eu já desistia de tudo.

            A foda que vinha depois era divina. Nossas mágoas mutuamente afogadas em fluídos e suores do amor. Ah, tudo com ela eta assim, oito ou oitocentos.
Maldita loira barraqueira.


Reverendo Felix Fausto

sexta-feira, 24 de julho de 2020

                      O Churrasco

                   Minha namorada me convidou para um churrasco com as amigas. Certamente sobraria para mim a função Dr passador, até aí tudo bem, não achei que seria diferente mesmo.

          A casa era um lugar aconchegante, com uma decoração pitoresca, bonita. Eu e ela chegamos antes, logo chegaram as amigas, me senti na antessala do Valhala, cercado de belas Valquirias, até então eu era o único homem. A situação pedia um bom comportamento, mas velhos hábitos sempre me controlaram, e como diz o ditado;
Um cão comedor de ovelhas, só matando mesmo, e ele ainda morre olhando o rebanho.

            Não tinha como ficar alheio à aquele festival de pernas e peitos, é cabelos platinado. Me fiz o mais correto e respeitoso o possível, um verniz de seriedade cobria minhas verdadeiras intenções. Se eu pudesse, ou me fosse permitido por uma graça dos deuses, eu comeria todas elas, feito bicho !!!
                Seriam os meus gloriosos 20 minutos, se eu aguentasse tanto, de uma orgia épica. Estava quente, e a piscina logo foi lindamente decorada com corpos em insinuantes biquínis, minissaias curtissimas  é eu ali, sendo simpático e divertido.

         Nisso veio um outro cara, muito gente boa por sinal, eu já não era o Alfa do ambiente, senti que ele, apesar da simpatia, também queria comer todas elas, é quem sabe até a minha namorada. Maldito !!!

             Vinhos e cervejas foram servidos, os ânimos se soltaram, a loira das pernas inquietas e saia minúscula, que a toda hora exibia uma tanguinha vermelha, foi quem puxou o assunto - de quê homem só pensava em foder, o tempo inteiro. Pronto fomos desmascarados !!!

               Não deixava de ser uma verdade, mas ela poderia ter sido mais discreta. Mas eta a verdade cabal, absurda.

         Se eu pudesse, deixaria que todas se chupassem, ali na minha frente, enquanto me masturbação, assistindo aquela bela cena. Depois alcançaria feito um criminoso recém liberto, e foderia todas elas insanamente. Todo o homem é um tarado, se não for um tarado, então é gay.

         Nos meus devaneios  acabei deixando queimar a carne !!!

             Reverendo Felix Fausto

quarta-feira, 3 de junho de 2020

                  PORCELANA

Sensual onírica visão
Boneca brinquedo dos sonhos adultos
Há um culto
Pronunciando teu nome
Como uma prece profana
Boneca linda de porcelana
O verde cintilante
Desses olhos
Todos os encantos secreto
Do coração

Reverendo Felix Fausto

quinta-feira, 28 de maio de 2020

                             Beth

    Já era tarde quando Beth deixou a lanchonete onde trabalhava como garçonete.

           Foi a pé para casa, morava num prédio de apartamentos perto de onde trabalhava. Podia dar -se ao luxo de não precisar de condução. A noite estava numa temperatura amena, nem frio, nem quente.

       Gostava de fazer aquele caminho, suas colegas a achavam louca, pois faziam apenas alguns meses que Elizabeth Short, fora encontrada dividida em duas partes, com um eterno sorriso de coringa, feito à faca no seu belo rosto.
 
     Um crime que havia chocado a opinião pública, e que ainda continuava um mistério.

        Ao chegar em casa, subiu tranquilamente as escadas, o prédio era pequeno, não tinha elevador, morava no terceiro andar. Abriu a porta e foi direto para o quarto, despiu-se, ficando apenas de sutiã, calcinha e as meias ainda com a cinta-liga. Seu corpo resplandece no espelho do roupeiro, era farta de formas. Branca como a neve, com um leve rubor nas faces, sabia o quanto era bonita, e sentia que os clientes cobiçavam seu corpo perfeito.

            Foi para a cozinha preparar um café, ao chegar ficou estática, ao ver a janela ao lado da escada de incêndio arrombada, com os estilhaços de vidros espalhados pelo lado de dentro. Que quer que tenha feito aquilo, estava ali com ela.

      Com o coração em disparada, virou-se. O mascarado desferiu-lhe uma forte bofetada, com uma mão que parecia de pedra. Sentiu as pernas bambearem e caiu inconsciente.

        Acordou jogada em cima do pequeno sofá da sala. Estava com as mãos fortemente atadas, sentindo os dedos dormentes, e um filete de sangue lhe escorria do canto da boca, decorrente da bofetada.

         Estava também amordaçada com um lenço vermelho, que ela sempre usava. O sujeito de pé em frente à ela. Usava uma máscara de esqui, e estava nú. A visão do membro ereto como uma barra de ferro, não deixava dúvidas quanto as suas intenções. Segurou-a pelo queixo delicado e se aproximou.
-você não precisa sair machucada disso, entendeu ?- Disse o homem, seu hálito descendia à cigarros e uísque. Beth retrai-se ao ser tocada daquela forma. Então ele a esbofeteou novamente, para que ela entendesse.

            Ela estava apavorada, o rosto queimando com a bofetada. As mãos atadas as costas, mas com as pernas livres, ela sabia que se colaboraram, talvez saísse viva daquela situação. O homem era musculoso é peludo, com seus braços tirânicos virou o corpo dela com brutalidade para cima, deixando-com a bunda empinada, o cômodo era iluminado apenas com a luz do neon, dá lavanderia Schulteiss em frente à janela dela.

       Ainda com aquela bunda carnuda empinada, o bruto começou a dar-lhe vigorosas palmadas nas nádegas, seus dedos de pedra deixavam horrorosas marcas vermelhas nas carnes. Beth chorava, grunia  de dor, teve sua calcinha arrendada para o lado, o bruto afastou bem suas nádegas com as mãs, e cuspiu no cuzinho rozado e apertado. Logo um dedo, tão grosso quanto uma banana, entrava e saía num frenesi insano, deu -lhe mais umas palmadas e agora enfiava sua língua quente e molhada naquele buraquinho apertado. Enquanto fazia isso, seus dedos trabalhavam a sua boceta, que começava a ficar inundada de excitação.

       O bruto parou momentâneamente, e a puxou pelos cabelos, seu corpo curvou-se com a violência do puxão e ele disse:
-Puta nojenta, essa xotinha tá molhada, você está adorando isso !!!-Agora segurando ela pela garganta, quase a Ponto de sufocá-la, deu outra bofetada.

         Pegou-a de costas, Beth viu que ele tirou a máscara, mas não se atrevia a virar para olhar o rosto do seu agressor, ele mordia seus ombros e beijava seu pescoço, uma das mãos esmaga a um dos seus seios, a outra continuava com as palmadas. Sentiu a barba dele, arranhando seu pescoço, o peso daquele corpo, esmagando-a.

   Beth sentia -se estranhamente excitada com os sofrimentos infringidos, uma eletricidade descontrolada parecia emanar de sua boceta molhada. Seu corpo se contorcia em espasmos, e ele ainda nem havia penetrado ela.

           Então, ele começou a "pincelar" aquela verba na sua boceta, mais uma vez ela sentiu aquela excitação descontrolada. Ainda de costas para ele, que puxava seus cabelos com uma das mãos, ele aproximou sua boca do ouvido dela e disse:
-Papai e mamãe sabem que a filhinha deles é uma putinha pervertida ?
         E não, enfiou o pau umas duas vezes dentro dela, e aproveitando a lubrificação natural da sua boceta, enterrou de uma única vez, aquele ferro dentro do cuzinho dela. Beth, achou que fosse desmaiar. Sentia que estava sento rachada ao meio, o bruto urgia, e socava cada vez mais fundo dentro dela, o saco dele batendo violentamente na sua boceta molhada, a cada socada.

       Suas pernas estavam moles, ela tinha gozos intensos, e o homem percebia isso. Então ele alternava as socadas, na boceta e no cu, segurando os braços dela, para que não se desvencilhasse, mas ela não queria fugir, queria mais e mais, daquele doce suplicio.
 
     Então ela começou a ajudar nos movimentos, mexendo a raba como uma negra mexeria, rebolando com o membro enterrado nela, o lenço em sua boca ensopado de saliva, ela parecia uma cadela no cío.

        Então, com os dentes cravados num dos seus ombros, como um lobo faminto, o bruto gozou.

            Um jorro quente e abundante inundava suas entranhas. Ambos tremeram em descontrole, o bruto caiu desfalecido por uns segundos em cima dela. O peso e o cheiro suado do corpo dele a excitação.

      Recuperado o homem levantou-se e vestiu suas roupas. Beth deitada no sofá não sabia o que fazer. Mas uma satisfação carnal a confundia as idéias,  queria um banho, sentia -se suja. Mas também queria mais daquilo. O sêmen quente do bruto, ainda escorria de dentro dela, por suas coxas brancas.

        O bruto foi embora, levando alguns pertences dela.

         Alguns dias depois Beth andava pelas ruas na esperança de repetir aquela experiência.


                       FIM

Reverendo Felix Fausto
     
     
     
   
       

quarta-feira, 27 de maio de 2020

                     Na Eternidade

  Ela estava morta, estendida no caixão pronta para um sono sem sonhos, um sono de onde ela jamais voltaria.

         Eu olhava desolado para ela, sem acreditar que aquilo realmente havia acontecido. Estava linda, como em vida. Uma esfinge de brancura cadavérica, os seios imóveis, sem aquela respiração que os moviam tirando meu fôlego.

    Pensei nos nossos momentos, nossos cafés nos fins de tarde, coisas que eu jamais voltaria a ter. Queria beijá-la, resgatá-la daquele sono sem vida, minha bela e mortal adormecida. Maldita eternidade que tirara ela de mim.

          Tudo me trazia uma melancolia, da qual eu sabia que não me livraria tão cedo. Quando seu caixão foi engolido pela terra, aldo de mim era sepultado junto com ela

    Então tudo me pareceu desvanecer nas horas sombrias que se passaram. Não lembrava de mais nada.
   
        Acordei de um torpor físico, sem saber exatamente o que havia ocorrido.

    Mas lembro dos olhares atônitos dos que presenciaram tão horrível cena, onde eu segurava o corpo nu, e morto em meus braços. Minhas roupas sujas de terra, o sangue nos meus dedos, as marcas da minha profanação.


    Reverendo Felix Fausto

quarta-feira, 13 de maio de 2020

          Espíritos Na Floresta

Aqui as árvores sussurram
Segredos esquecidos
A terra respira
E pulsa
A lua testemunha
Histórias  sombrias
As fadas e as bruxas dançam
O velho carvalho arde
Num fogo ancestral
Que aproxima os homens
Afujenta almas errantes
Há espíritos na floresta
Ela disse,
mas ela disse que rios
Que correm paralelos
Jamais se encontrarão
A noite sem fim
Grita e se contorce
Porque sabe que o tempo
É o pior dos carrascos.

Reverendo Félix Fausto


sexta-feira, 8 de maio de 2020

                No lixo


         A festa estava muito chata, cheia dos mesmos tipos, gente oca e desinteressante. Não estava valendo nem mesmo pela bebida.

     Conhecia poucas pessoas ali presentes, não havia nada que me segurasse ali, naquele ambiente insosso. Não fumo, mas pedi um cigarro pra um sujeito de camisa listrada, eu não fumo, mas achei que seria uma boa desculpa para sair dali.
Fumantes tem essa vantagem sobre nós, meros mortais, basta usar a velha desculpa de precisar fumar lá fora, e sair de uma festa chata.

Como eu havia dito, não fumo, mas me apropriar dessa vantagem de um fumante me pareceu divertido.

   Saí na noite quente e enluarada. Joguei o cigarro fora na primeira oportunidade que tive. Ao passar por um beco um barulho me chamou a atenção. Duas moradoras de rua se beijavam.

   Estavam no fundo do beco junto de umas lixeiras e sacos de lixo. Pegavam-Se valendo.
Percebi que o beco na verdade não tinha saída, espremido entre dois prédios, era estreito e sujo. Eram jovens, uma mais alta e a outra, pequeninha. Parei atrás de uma lixeira e fiquei observando.

     Tiram suas roupas ficando só de calcinhas. Chupavam-se como como loucas, língua, pescoço e bicos dos seios. De onde eu estava eu conseguia ouvir os estalos dos seus beijos.

   Logo estavam deitadas no meio da sujeira, rolando em meio aos trapos e sacos de lixo rasgados. E era lindo, excitante de uma sensualidade marginal. A idéia de participar da festinha delas me deixou de pau duro. Putaria no meio daquelas gatas de rua, chuparia aquelas bucetas imundas, rolando no meio da merda, mijo e ratos, e mijo de ratos com ambas. Fiquei louco de tesão com aquilo tudo.

    Agora elas se divertiam no 69 mais imundo que vi na vida. Gemiam animalescamente, e eu ali, de pau duro testemunhando tudo. Que dilema, queria estar junto, aceitaria de bom grado as DSTs que elas me dariam no pacote todo. Cheguei a olhar na carteira, para ver o quanto eu tinha de dinheiro.

     Um carro de polícia passou devagar e me mandou sair dali. Que azar, não estava a fins de ser preso. Saí dali meio desajeitado com o meu pau furo.

   Fui me masturbar em casa, sonhando com o sexo com as mendigas.


Reverendo Félix Fausto

quinta-feira, 30 de abril de 2020

                      Perdi Cinco Gatos


       Claro que se eu puder estragar algo eu vou estragar algo. Me conheço, me conheço o suficiente para aceitar essa minha queda para a auto-destruíção. Me sabotar e negar a mim mesmo a felicidade.

       Talvez eu não seja merecedor de uma vida tranquila, afinal, eu matei um cara. E machuquei tantas outras pessoas.

    Mas o que me dói, é saber que perdi cinco gatos. Talvez as únicas criaturas que realmente me conhecessem.

       Mas sou um poeta, consigo viver com uma dor à mais, um outro fracasso para a minha coleção .

Reverendo Félix Fausto

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Pássaro

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Abro minha boca
Enquanto regurgitas
Poesia e fogo
Na minha garganta
Alimentando-me
Como um pássaro
Esfomeado de amor
As vezes teu nome é sarcasmo
Mas eu te chamo secretamente
De pecado
Voa, voa em alturas
Que não me atrevo à seguir
Teu ninho de amor e volúpia
É na montanha
Onde deuses esquecidos
Descansam.

Reverendo Félix Fausto

terça-feira, 28 de abril de 2020

Pitacos inspiracionais

Tu respira
Faço um poema
Te vejo
Faço um poema
Te toco
Faço um poema
Tu te move
Faço um poema
Tu goza
Faço um poema
Tu sorri
Faço um poema
Tu chora
Faço um poema
Tu odeia
Faço um poema
Tu te banha
Faço um poema
Tu faz um poema
Eu faço um poema.


Reverendo Felix Fausto

A Névoa

    Ela caminhava descalça sentindo a umidade da relva e as folhas mortas, umedecidas pelo orvalho da manhã. Seguia em direção a floresta, lugar onde nem os mais corajosos caçadores se atreviam a entrar.

          Naquela noite, havia dançado em volta de uma fogueira, bailava sensualmente com as chamas, sem que essas lhe queimassem a pele, as labaredas pareciam lamber seu corpo, algo de sexual encantando aquela cena. Só as feras da noite presenciaram isso, e a lua e as estrelas tambem foram sua platéia.

          Cruzou por uma menina de capuz vermelhor, que ía para o outro lado da floresta. Ela sabia das coisas, tinha vislumbres do futuro, sabia que essa menina se tornaria mulher nas garras do lobo.

       Ela caminhava serena sentindo o cheiro das ervas, das árvores centenárias, que sabiam segredos e sussurravam para ela, todas as histórias que se passaram na floresta. Enquanto caminhava deixou que seu vestido caísse, deslizasse até seus pés, ficando nua sem se importar com o frio daquela manhã.

        Ela era um poema em movimento, era um sonho quente, uma promessa de amor.
Então, veio a névoa, rasteira com a respiração da floresta. A névoa subindo por suas pernas, envolvendo seu corpo, vestindo-a com sua magia.

          Ela sumiu na névoa, inalcançável  como a impossibilidade de um amor secreto, um amor de sonhos.

Reverendo Félix Fausto


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sexta-feira, 24 de abril de 2020

Minha Musa

A imagem pode conter: atividades ao ar livre e natureza

Trocaria tudo isso
Todo o ouro, toda a prata
Todos os amores Súcubos
Tudo o que não me trouxe nada
Tudo o que me desgastou
Pela paz da tua presença
Pelo fogo distante
Dos teus olhos
E o calor abrasador
Da tua pele
Eu te como com os olhos
Mas nunca me sacio
Essa sede
Essa dependência
Essa necessidade
Da poesia
Do teu movimento
É o que me mantém aqui.

Reverendo Félix Fausto

Mulheres

 Quem as entende ? Eu desisti, como um bom livro que se lê sem saber do autor. Tudo o que eu quero é me levar por suas histórias.

  Cada uma um universo de possiblidades , um convite ao desconhecido. Elas têm um jeito próprio de nos conduzir a loucura.


Reverendo Félix Fausto

quarta-feira, 4 de março de 2020

O Meu Mundinho

Coisa boa é o meu mundinho
O meu mundinho
Onde vivo feliz
Mais leve
Sem o fardo das expectativas
Que eu nunca quis
Onde decido meu destino
Sem ser colocado
No sonho alheio
Nas coisas que eu não quero
Coisa boa é o meu mundinho
Onde sou rei e bobo da corte
Onde respiro melhor
O meu mundinho.

Reverendo Félix Fausto

segunda-feira, 2 de março de 2020

Gatas

Ela te cheira
Preguiçosamente aninhada 
No teu pescoço
Aconchegada no calor
Da tua carne
Sonhando nesse berço
Perfumado
Dos teus cabelos
Te morde a orelha
Frisson
Um arrepio gostoso
Te queimando a pele
Que inveja
Dos momentos
Teus e dela
Duas belas
Duas gatas.

Reverendo Félix Fausto

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Obediência, silêncio e castidade

Ann Demeulemeester Retrospective - StyleZeitgeist

Tu nunca vai ter paz
Na castidade
Pois teu nome é fogo
E tua alma é carne
Tudo em tua imagem
É um apelo
Um chamado para a luxúria
Todo o coração
Se inflama
Todo o sangue ferve
Quando deitas na cama
No teu banho solitário
Na banheira
Relicário
Do teu corpo de deusa.

Reverendo Félix Fausto


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Não me disseram

Não me disseram que te amar
Seria fácil
Rosa, de pétalas suaves
Escondendo espinhos
Todos os caminhos
Me levam para longe de ti
Não me disseram
Não me disseram que me faria sofrer
E querer mais, e mais
E querer mais desse doce sofrimento
Todas as tuas palavras
Me atingindo como pedras
Pedras que faço um altar
Para venerar minha amada algoz
Atroz é o destino que me aguarda
Longe do teu amor.


Reverendo Félix Fausto

Vírus

          Quando os rumores foram confirmados, as autoridades daqueles país emitiram boletins dizendo estar tudo sob controle. Comunistas são mentiroso notórios, jamais admitiriam o quantos a situação estava fora de controle. A maior população do planeta caindo feito moscas, e as e a reação global foi demorada. Nada de efetivo foi feito para conter o vírus que se alastrava.

        Houve pânico, saques e uma loucura que exponencialmente teve um efeito tão danoso quanto a praga. Exércitos foram as ruas, os mesmos tombaram sob o efeito devastador da doença. Quando profetas apocalípticos temia a justiça divina, e fatalistas temiam uma guerra de proporções mundiais, foi um vírus que dizimou a raça humana do planeta.

        Estranhamente sobrevivi. Talvez fosse mais uma piada de mal gosto de Deus para comigo. Meus dias não eram monótonos, tinha horrores de coisas para fazer. Me obriguei a aprender coisas que nunca me imaginei fazendo. Ví o mato tomando conta das ruas, florestas tomando o lugar das cidades. Andei pelado em shoppings, atirei em manequins nas vitrines, fiz tudo o que deu vontade.

     Mas chegou uma hora que a solidão apertou meu coração com uma mão fria, como a de um morto. E foi num fim de tarde, com um sol vermelho sangue sumindo no horizonte, que eu ví a mulher.

        Primeiro achei que era alucinação minha, ela estava saindo de um prédio, segurando alguns sacos, talvez fosse comida. Fiquei estático, sem saber o que fazer, até que ela acenou para mim. Respondi com outro aceno, e caminhamos um, na direção do outro.

       Outra piada de mal gosto, eu a conhecia. Quis Deus ou o destino, que a única mulher sobrevivente ao vírus fosse ela. A mulher mais irritante e inteligente que eu já havia encontrado na vida. E acho que nossas reações foram as mesmas com relação um ao outro. Houve um misto de desconforto e alegria. Conversamos, segurei as sacolas dela. Eram itens de higiene pessoal.

O destino da humanidade agora nas mãos de dois rabugentos e mal humorados, os novos Adão e Eva de um paraíso improvável.


                          Começo...


Reverendo Félix Fausto

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Inatingível

      Hordas invasoras pararam diante da grande muralha, cada rocha que compunha sua extensão infinita, uma barreira inexpugnável, arqueiros e espadachins do império chinês prontos para a luta, as hordas de mongóis avançaram. 
     Nórdicos intrépidos não se amedrontada ante os mistérios e a vastidão do oceano, a promessa de monstros marinhos, a revolta dos deuses e a solidão do mar não os fizeram desistir.
     O Everest estava lá, tempestades elétricas,  avalanches que se derramavam sobre os homens, como a fúria divina, sepultando-os no frio do esquecimento. Ainda assim os homens chegaram ao seu cume.
     Ela diz não, não e não. Mas aqueles olhos secretamente dizem sim, aquele corpo dissimula um sim, aquela boca insinua um sim.


Reverendo Félix Fausto

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

                       Fada Branca


            Ela chegou com cara de choro, claro que tinha chorado. Estava linda, mesmo com aquela cara. Seu perfume me baseou, caí de joelhos.

         Começou uma ladaínha sobre eu ser um canalha safado, e um milhão de outras coisas que eu já tinha escutado de ínumeras mulheres. Sou realmente um caso perdido. Mas eu amava ela, nem que fosse do meu jeito doentio. Sentamos na minha cama, aquele perfume gostoso dela outra vez me tirando do sério.

          Nos abraçamos deitados, passando a mão por seu corpo, percebi que ela não usava calcinha !!!
Puta, conhecia os meus fracos. Não demorou muito para o vestido estar na altura dos quadris, e eu chupando aquela buceta rosada, como se minha vida dependesse disso. Estava molhada, encharcada, bebi tudo, todo o caldinho gostoso daquela buceta.

         Ela era tudo, a minha fada branca, monstrinha paranóica, meu pau estava duro como uma barra de ferro, era assim que ela me deixava. Meti dentro dela, e bombei feito louco. Ela mexia frenéticamentr, me controlei para não gozar, derramar a leitada toda dentro dela. Ela era o tipo de mulher para foder pensando em boletos vencidos, era muito gostosa.

            A minha Fada Branca.


Reverendo Félix Fausto
               Beijo No Cinema

Nos meus sonhos
Planejei mil vezes aquele beijo
O macio daquela boca
A língua quente, me entorpecendo
Num desejo aprisionado
No meu coração
O perfume dela em mim
Um pouquinho dela para guardar
No relicário dos meus sentidos

Reverendo Félix Fausto

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Sinais

Basta olhar essa foto, os sinais todos ali
O olhar sorrateiro, com as profundezas da perdição
Diaba de alabastro
Em pensar que sonhei desvendar
Todas as delícias dessa tua carne
Os sinais todos nessa imagem
Eu queria essa boca gostosa
Sedenta da sanidade dos homens
Me emaranhar nessa cabeleira negra da noite
Ah, como fui ingênuo
Mas ingênuo e cego é o coração
Envenenado de amor.

Reverendo Felix Fausto

Cobra do Demônio

Resultado de imagem para cobra demônio

Ah, cria do demônio 
Árvore que se quebra
Mas não se dobra
Rasteira feito cobra
Sempre imune
Às minhas artimanhas
Coração de ventania
Longe do meu alcance
Um romance
Impossível é o que parece
Os deuses surdos 
Às minhas preces
Te vejo fugir de mim
Ah, essa dor sem fim.

Reverendo Félix Fausto

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Outro dia

Outro dia
E nada para arriscar
Tentar ou desistir
Sorrir ou chorar
Apenas um outro dia
O sol ainda está lá
A minha apatia
Insiste em ficar
Todos os corações
Brinquedos para quebrar
As minhas emoções
Jamais irão durar
Mais um outro dia
E eu ainda não sei
O caminho de casa
O castelo onde sou rei.

Reverendo Félix Fausto

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Lua

Lua surda para os meus uivos
Lobo solitário desgarrado
Do teu amor
Me resta agora a face negra
Do teu desprezo
Silenciosamente procuro
Meu lugar no mundo
Nada mais é como antes
Somos um sonho de amantes
Que nunca se encontrarão
Ah, lua rainha do firmamento
Não me deixe sofrer no esquecimento.

Reverendo Félix Fausto