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domingo, 4 de agosto de 2019

O Vigia parte IV

Sim era o mesmo homem das fotos,Felix não tinha a menor dúvida disso.O terno que ele estava usando deveria custar muito dinheiro,sapatos italianos feitos à mão.
Tinha um sorriso amistoso,mas os olhos não passavam o mesmo efeito desse sorriso.
Ele não sorria com os olhos,esses tinham um brilho frio.
-O Tolledo me falou muito bem de você.-Disse ele apertando a mão de Felix vigorosamente.Era o inicio da tarde e estava frio.
-Espero estar cumprindo bem minhas tarefas.-Disse Felix
-E está,não faz perguntas,isso é essencial para o que queremos aqui.-Balthazar caminhou em direção à guarita,Felix e Tolledo o acompanharam.
Apesar da idade Balthazar era bem constituído fisicamente.Tinha um caminhar firme.
Entraram na guarita e sentaram-se junto a mesa.
-Preciso que você fique aqui mais uns dois meses,depois será substituído,mas tenho outros trabalhos pra você.
-Claro,faço o que for preciso.-disse Felix,Tolledo observava tudo em silêncio.
-Queria conhece-lo,gosto de estar próximo de quem trabalha para mim.-Balthazar falava encarando Felix,que não entendia o propósito dessa conversa.
Mas sentia que era crucial que não se fizesse perguntas,apenas aceitasse as incumbências que lhes eram dadas.
Balthazar e Tolledo foram embora.
Felix sentia que  algo muito estranho estava acontecendo.
O frio havia aumentado,isso fez com que ele lembrasse que tinha poucas roupas para um frio mais extremo.
A tarde passou rápido e logo chegou a hora de abrir a porta do barracão.
O vento assoviava e as copas das árvores balançavam sem parar.
Escancarou a porta e ficou de pé diante dela.
Ficou olhando aquela escuridão abissal.
Tentou fazer com que seus olhos se acostumassem com ela,na esperança de enchergar algo.
Os pêlos do seu braço arrepiaram,sentiu um medo quase ancestral,algo se moveu lá dentro.
Correu para a guarita sem olhar para trás,trancou-se lá dentro e sentou numa cadeira de frente para a porta.
Algo rosnou lá fora.
Lembrou-se de um episódio quando ainda estava na prisão.
A cela de número 23 que apesar dos problemas de superlotação da instituíção,aquela cela estava sempre vazia.
Detento algum gostava de ficar lá.
Diziam que a cela 23 dava azar,alguns diziam que era assombrada.
Na cela 23 um detento havia cometido suícidio.Um cortara os próprios pulsos à mordidas.
Felix certa vez havia sido convocado para limpar a cela 23,sentiu nesse dia,o mesmo medo que estava sentindo agora.
Era cético com relação a uma porção de coisas,mas mantinha a mente aberta para o sobrenatural.
Pensou em abrir a porta e sair lá fora.
Mas estava paralizado de medo.
A coisa rosnou novamente...

Continua...

Um comentário:

  1. uau... cada vez mais interessante! Parabéns, estou adorando acompanhar!!!

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