Sil e Felix olharam para a frondosa árvore na frente da casa, janela ampla propiciava isso, perceberam que um galho num ponto mais baixo havia sido serrado.
Sil sentiu um arrepio, provavelmente era o galho onde Luís tinha se enforcado.
E Cabral continuou:
-Meu irmão tirou a própria vida.Eu sei que algo de muito estranho acontece naquele lugar.
Cabral levantou-se e foi até a cozinha,e voltou trazendo uma garrafa térmica com café, três xícaras e uma pasta preta de couro.
Na pasta haviam vários recortes de jornais de diferentes datas.
As matérias relatavam desaparecimentos misteriosos, e mortes em situações suspeitas.
Apontou com o dedo uma das matérias,o recorte estava amarelado e via-se a foto de um menino sorridente, de uns cinco anos talvez.
-Até crianças...Crianças!!!-Disse.
Felix recordou do pequeno sapatinho que encontrou sujo de sangue, próximo ao barracão.
Sentiram-se desconfortáveis.Muita coisa começava a fazer sentido naquela loucura toda.
Beberam um pouco de café e ficaram em silêncio.
-Balthazar é um sujeito poderoso aqui na região,o caso do meu irmão ficou por suícidio mesmo.Fui aconselhado a deixar tudo como estava, Balthazar pagou as despesas com o funeral, mesmo eu dizendo que não queria.
Ficaram mais um tempo em silêncio.
-Bom,alguma coisa tem de ser feita sobre isso.-Disse Felix e concluindo:
-Tem uma mulher presa naquele barracão,sou pago para soltar ela todas as noites,eu acho que é ela que faz essas coisas todas.
Felix achou melhor não falar do caráter sobrenatural da situação.Sil olhou para ele e perguntou:
-Como assim,uma mulher presa?
-Droga, eu acho que é ela que está matando essas pessoas.
Era urgente que algo fosse feito a respeito dos acontecimentos.
Felix perguntou para o Cabral sobre armas, se ele tinha alguma.Cabral trouxe um revolver carregado e munição.
Sil disse que tinha uma arma no carro.
-Quero ir junto!-Disse Cabral.
-Olha,Sil e eu podemos dar conta de tudo, fica por aqui mesmo.Tu já perdeu muito nessa história toda.
Felix e sil despediram-se de Cabral e foram embora.
Pararam num posto de gasolina e abasteceram, Felix comprou dois galões extras de gasolina, lembrou de algumas garrafas vazias na guarita.
O dia corria e logo chegaria a noite.
Continua...
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