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sábado, 28 de dezembro de 2019

2 Gatas

Duas gatas
Sensuais em sua preguiça
Queimando lentamente
Na fogueira 
Dos desejos
Duas gatas
Manhosas e sedutoras
Cada qual do seu jeito
Meu peito arde
Em intenções secretas

Reverendo Felix Fausto

sábado, 14 de dezembro de 2019

Coma

      Tenho um amigo em coma no hospital. Sim, tinha que ser num hospital mesmo, em que outro lugar haveria de ser ? Isso depois de uma suposta tentativa de suícidio. Está lá, comendo e cagando por tubos, privado de suas funções sensoriais e cognitivas, penso que esteja sentindo uma felicidade verdadeira. Afinal de contas, a vida é realmente massante as vezes.

       Está lá, num sono de pedra. Sem ser incomodado com as ladaínhas diárias, incertezas e todo o tipo de chantagem emocional. As pessoas são algo enfadonho e tóxico, sempre tentando tirar algo de você.
    
                Eu particularmente penso num coma por opção. Simplesmente me desligar de tudo. Um coma voluntário, me reduzir à funcões fisiológicas, evitar todo o contato com os seres humanos. Provavelmente 90% dos que me cercam não farão a menor falta.

                       Mas é assim que a coisa funciona, talvez eu mude de opinião, mas até lá vou pensando nas possibilidades.

Reverendo Felix Fausto

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Toda Sua, Babooshka

      Um dia o tédio tomou conta do seu coração. E ela pensou em como seria feliz se as coisas voltassem a ser como antes. Um tempo onde ela ainda sorria, e sentia o calor espantando o inverno em seu corpo.

        Ela fez dele seu amante, seduzindo-o com cartas perfumadas, enviando desenhos, de corpos femininos, dando-lhe pequenos presentes. Conversavam sobre a vida, se tocavam e havia algo de provocativo, na forma de como ela o olhava.
  
           Ela escrevia poemas e assinava, " toda sua, Babooshka " Ela era a sua pequena dama, eles nunca foram longe demais. Queriam, mas nunca foram. Mas então, um dia ele a machucou de uma forma dolorida, e a cura chamava-se distância.
   
Toda sua, Babooshka.

Reverendo Felix Fausto

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

A Gostosa Das 17:30

Assistindo pela enésima vez Onde Os Fracos Não Tem Vez, João e eu constatamos que o personagem de Javier Barden, Anton Chigurh se parecia muito com o Beiçola, da Grande Familia. A explosão de gargalhadas foi inevitável.

         João ainda me passou um " pito ". Agora toda a vez que ele fosse olhar aquele filme, lembraria do  Beiçola. Nossas tardes eram assim, João dava um jeito de ir lá beber e ficavamos lá, conversando e olhando as beldades que passavam na calçada. E não eram poucas, tinha para todos os gostos. Nossos comentários íam do nonsense, ao escatológico. Assim, num estalar de dedos.

                    Tinha uma que passava sempre apressada, era linda. Concordamos que era o tipo de mulher para se fazer amor, tipo dizer coisas românticas, prometeras estrelas, á cada estocada olhar nos olhos e dizer algo lindo. Isso até percebermos que ela tinha uma tatuagem da Frida Kahlo, daí peedemos o respeito. Agora ela seria fodida feito uma cadela !!!

        Mas daí tinha a gostosa das 17:30, essa sim era perfeita. Era alta e esbelta, passava sempre com roupas de ginástica, certamente ía para a academia. Levantávamos teorias de como seria seu nome. Nome de deusa com certeza,algo como Minerva, Afrodite, ou Ariadne. Não importava, no fundo estávamos ali esperando ela passar, e sempre era um deleite.

Reverendo Felix Fausto

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Não Importa Mais

O tempo me ensinou algo ?
Não.
Eu queria estar lá, e não aqui.
Talvez.
Arrependimentos me corroem ?
Não sei.
Eu andei com cuidado por onde passei ?
Não.
Fiz algo de bom ?
Quando me interessava.
Era amor que me queimava ?
Era medo.

Reverendo Felix Fausto

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

A Assombração

          Eu estava trabalhando, ou melhor, tentando trabalhar. Ela havia chegado fazendo o espalhafato de sempre, rindo alto de um jeito estridente, aquilo me irritava, se parava bem na minha frente me olhando, eu não tinha como evitá-la.

       Continuei na minha rotina fazendo o possivel para não tomar conhecimento da existência dela. Ela estava sempre me olhando, a possibilidade de ela estar me imaginando nu me causava asco, ela era doente, e gorda, muito gorda !!!

                    Tinha sempre uns assuntos ínuteis, ela era uma criatura inútil, feito água de xuxu, que não servia para nada. E toda a vez que eu me virava ela estava comendo, comendo e me olhando. Era horrivel, ví ela dar cabo de hot dogs, batatas fritas, churros e pizzas, sempre ruminando algo.
   
           Não era nem fome, era glutonice, ou uma fome qua talvez desse sentido à sua existência. Uma ansiedade avassaldora que só ela conhecia. Mas não me interesava, eu não gostava dela. Se eu desse sorte, ela acabaria feito a Mama Cass, morreria engasgada com um sanduiche de frango.

Reverendo Felix Fausto

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Magnólia

 Era um dos dias mais quentes do ano, e nem era verão ainda, talvez uma amostra dos dias infernais que estavam por vir. Um sol inclemente estorricava tudo o que encontrava no caminho, daquele calor incômodo que faz as bolas do cara grudarem nas coxas.
              
          Então Magnólia chegou, usava um vestido de alças muito justo e comprido, que valoriza seus seios enormes, e suas curvas. Toda pequena, tipo mignon, usava um óculos de sol extravagante e uma pequena sombrinha para se proteger do sol. De longe sacou do seu sorriso de Coringa, aquilo sempre me ganhava, seus olhos tinham um brilho inteligente.

            Toda esbaforida me abraçou e me  beijou, senti seus seios contra o meu peito, eram macios e fartos, fazendo justiça à sua " italianice ". Sentamos, me entregou uma flor de alfazema, pediu que eu cheirasse, riu e me chamou de bobo, por ter cheirado a flor, e não as folhas.

       Magnólia era um tipo única, tinha o dom de instigar as pessoas, assuntos com ela fluíam de uma forma gostosa, era louca, alguns diziam, eu achava ela única, original, num mundo onde a futilidade imperava, e o status quo era a razura de idéias, ela realmente era especial.

         Reclamou do calor, comentei sobre estar com um  vestido tão longo e justo e ela disse:
- Mas estou sem calcinha ! -Meu olhar incrédulo fez com que ela me ordenasse: 
- Passa a mão aqui !- Passei a mão em seus quadris, ela era toda macia, não senti sua calcinha, o que me inquietou, mas Magnólia era assim, provocadora. Quase sempre estávamos fazendo nossos jogos.

         As vezes ela era cativantemente irritante, de um jeito que só ela sabia ser. Contou sobre um amante que pediu para vestir suas meias de nylon, e que tinha achado aquilo genial, falou sobre tatuar " Espanque-me " nas costas, e falou, e falou, as horas passaram, sem que percebessemos e havia uma magia em tudo ali. Assim era Magnólia.

Reverendo Felix Fausto

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Bucetão

-Cara, o Dionisio comeu a Bya !- Disse o Pretto entornando o caneco de chope. A revelação não acrescentava nada do que eu já soubesse à respeito da Bya.

-Irmão, só eu não comi a Bya, o que tem de novidade o Dionisio ter comido ela ?- Perguntei sem muito interesse, molhei minha garganta com um gole de chope também. O bar estava repleto dos esquisitos de sempre. Pretto deu um sorriso maroto e continuou:
-Ele disse que a camisinha ficou dentro dela, mas ele ficou constrangido em falar, daí ficou quieto, mas o mais engraçado é que ela ligou dois dias depois dizendo que havia colocado a camisinha pra fora !!!

            Explodimos numa gargalhada, todos no bar olharam para nós. Cheguei a me afogar com o meu chope.

-Que bucetão tem essa mulher !- Falei e ainda lembrei daquela piada do filme O Predador, em que um personagem conta ao outro sobre ter conhecido uma mulher, que tinha a buceta tão grande que fazia eco, ao falar perto dela. Rimos mais uma vez. 

- Mas tem outra forma de ver essa situação, ou a "casa" é grande, ou a "mobilia" que é pequena !- Falei. Rimos novamente. Falamos mais um monte de bobagens de cunho sexual e fomos embora horas depois.

                Fiquei pensando, mulheres engolem tudo, foram feitas para " engolir ", quem sabe num sentido mais amplo, engolem nossos paus, dinheiro, sonhos e nossa sanidade. Tristes vítimas somos nós, engolidos sem piedade, e ainda nutrimos a falsa idéia de estarmos sobre o controle das nossas ações, talvez a morte seja um grande bucetão, como a da Bya, nos engolindo no final.

Reverendo Felix Fausto

Loira Homicida

A loira quase sempre era uma tempestade. Passional e louca de dar nó, tinha dias em que eu pensava em sair correndo, sem olhar para trás, isso mesmo.

          Ela era manhosa, esperta como o diabo, curvas onde eu me perderia e não estaria preocupado em me achar. Eu só queria ela em toda a sua plenitude. Ela era a minha " monstrinha " e eu mimava a criaturinha que era meu inicio e fim, minha obra-prima de loucura.

          Bastava ela me tocar, e uma eletricidade, me eriçava os pêlos e eu não pensava em mais nada direito. A prioridade era morrer de amor naqueles braços, e me nutrir daqueles beijos, talvez meu maior erro tenha sido deixar ela tomar conhecimento disso.

      A loira homicida, me mataria de tanto amor.

Reverendo Felix Fausto

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

A Mais Fiel Das Amantes

  Esnerto Cabron gostava de ficar sozinho. Entendia que a solidão era a mais fiel das amantes, pois nunca o abandonava. Independente de todas as companhias que ele tivesse, sentia-se sempre solitário.

                       Solitário na multidão, solitário na vida social e conjugal. A solidão era assim, democrática, pois à todos acolhia, sem distinção de classe social, raça, ou credo. Mas a solidão era também dele, só dele.

                      Mas Esnerto Cabron não se abalava com isso, ele até gostava, tinha a necessidade dela. Da introspecção, do autoconhecimento que a solidão oferecia. Estar sozinho, era estar consigo mesmo, e Esnerto gostava da própria companhia.

             Ah, e que amante dedicada era a solidão, estava alí, sempre à mão, sempre pronta para atender seus desejos e anseios. E Esnerto não exigia muito dela, nada além da oportunidade de olhar para dentro do próprio coração.

                  Esnerto aceitava a solidão, assim como aceitava a morte. O homem criou Deus e a vida após a morte, por medo da solidão, abusos são tolerados, por medo da solidão. Aceitar a solidão, é dizer não à todo o tipo de sofrimento.

Reverendo Felix Fausto

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Silêncio

Nunca mais
Segredos compartilhados
Mistérios do universo
Debatidos
Dois corações tão envolvidos
Além do espaço-tempo
Parece que nem o vento
Me sussurra respostas
O que me resta é o silêncio
E uma felicidade
Que jamais voltarei a ter,
Isso é morrer
Lentamente
É o castigo de Prometeu
Uma dor que se regenera
Diariamente.

Reverendo Felix Fausto

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Overdose

Essa boca
Cálice dos prazeres
Que vinho, que néctar
Sorvido desses lábios
Todos os meus vícios
Saciados nessa boca divina
Mas também todos
Os venenos mortais
De sedução
Me prostram
Te amando mais.

Para Silviane Sebold
A Fada Branca

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Meteoro

            Um meteoro dizimou os dinossauros. Pobres dinossauros, que talvez não tenham nem sabido o que os atingiu. Está na hora de um outro meteoro fazer o favor de consertar as coisas.

                     Tem gente demais andando por aí, empesteando o ar e desgraçando tudo com picuínhas, recalque e falta do que fazer. Gente que vive com medo, gente agarrada à insignificância de suas vidas, que não perceberam que já morreram faz tempo.

            Reverendo Felix Fausto

Megan Megan

Megan Megan voltou
Todo aquele furor sexual
Adormecido acordou
Voltou a ser a fêmea
Que sempre foi
Poderosa
Ela é o raio, e o trovão
Megan Megan
Dos cabelos de fogo
Das esmeraldas
No olhar
Megan Megan
Supernova
Estrela no céu 
Do meu desejo.

Reverendo Felix Fausto

Caras E Bocas

Caras e bocas
De puta
De louca
De santa
De vítima
De predadora
De opressora
Caras e bocas
De paixão
Da mulher
Que é minha perdição
O pulsar violento
Do meu coração
Caras e bocas
Lábios
Peitos
Buceta
Coxas
Bundão
Caras e bocas
Tudo para me enlouquecer
E morrer de amor

Reverendo Felix Fausto

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Não Consigo Cagar No Banheiro Dos Outros

   Admiro quem tem essa " desenvoltura " de cagar em qualquer banheiro, que não seja o da própria casa. Tenho sérios problemas e inibições com isso. Se não for o meu, não rola. Fico lá travado, à mercê dos meus intestinos paranóicos.

              O que denota uma certa intimidade com o lugar onde se  caga. Sim, isso existe !!!

                  Pelo menos comigo é assim, cagar é um assunto sério. Tem toda uma situação até ritualistica, sentar e escolher algo para se ler durante a cagada, tenho sempre um livro, ou gibi ao alcance da mão. Terminei muita leitura durante o ato de cagar.

              E o banheiro é teu, até onde sei posso até limpar a bunda com uma camiseta do cesto de roupas, ou ir direto para debaixo do chuveiro. Cagar é estranho, acho que é a função fisiológica que mais me faz pensar, mesmo porque minhas idéias são uma merda !!!

          Mulher pelo menos não devia cagar. Acho tão vulgar, não existe uma forma elegante de se fazer isso. Não consigo imaginar  Monica  Belucci, Abella Danger e Sasha Grey cagando, impossive !!!

     Sim, antes que perguntem, escrevi isso durante uma cagada.

Reverendo Felix Fausto

domingo, 27 de outubro de 2019

Temporal

                Acordei com ela inquieta, se mexendo do meu lado na cama. Veio com aquela bundona gostosa, tinha um encaixe perfeito.  Vestia uma camisolinha vermelha, calcinha da mesma cor, enterrada.
                         Estava quente, nossos corpos suados. Fiquei duro rapidinho.  Brinquei com os bicos dos seus seios, logo minha mão estava dentro da calcinha dela, afundando meus dedos naquela bucetinha molhada.
                         
                Como ela conseguia ? Estar linda daquele jeito já pela manhã ? Continuamos, camisola, calcinha e cueca estavam perdidas em alguma parte da cama. Entrei para dentro dela. Lá fora, uma chuva se armava. Trovoadas e relâmpados anunciando a chegada do temporal. Ela gemia a cada estocada, mas o céu urrava.

            Parecia haver uma sincronia, cada vez que eu enfiava mais fundo, os gemidos dela eram abafados pelas trovoadas. Meti com mais força, trovões, eletricidade e fúria. Quando gozei, desabou a chuvarada.

Reverendo Felix Fausto

sábado, 26 de outubro de 2019

Se Me Chamar De Tio, Eu Fico De Pau Duro

        Eu sabia que conhecia ela, mas não conseguia me lembrar de onde. Então ela ajeitou os cabelos com a mão, e aquele gesto fez com que, eu me lembrasse.

        Era a menina que há uns dez anos vivia correndo na rua, joelhos arrebentados e cabelos em desalinho, não era raro a mãe correr atrás dela com um chinelo na mão. Sempre me dava um " oi! " com um sorriso na cara suja.

        Tinha pintado os cabelos de verde, da mesma cor do minúsculo short que estava usando. Os peitinhos apertados de dentro de um top preto. Os óculos eram maior que o seu rosto.

     Me cumprimentou como sempre fazia, com um sorriso malicioso no rosto. Ficou ali, falando coisas de menina. Nossa, valia a pena pegar a idade dela de cadeia, uns dezesseis anos. Pensei sobre o que deram para ela comer, estava com um corpão, mais alta que eu. Perguntou sobre minhas tatuagens, perguntou se haviam doído, perguntou isso deslizando a unha sobre meu braço, o perfume dela era gostoso.

            O tempo inteiro rezei para que ela não me chamasse de tio, outros caras na minha idade se ofendem com isso, eu não, eu fico é de pau duro.

        Depois de uns minutos de conversa ela foi embora
- Tchau tio...- Disse ela.

Reverendo Felix Fausto

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

1984

               Em 1984 eu tinha dezessete anos, numa segunda feira numa noite de verão eu matei um cara.

             Ele não era ninguém. Um traficante pé de chinelo que havia pegado no meu pé. Nunca soube exatamente o porquê dessa perseguição, mas o certo é que ele vivia me importunando.

        Era negro, tinha os dentes destruídos como mobilha apodrecida. Eu não tinha medo dele, mas por via das dúvidas, passei a sair com uma faca. Um dia voltando do cinema, encontrei ele num beco, que encurtava o caminho para a minha casa.

                     Quando ví ele, senti que dsria problema. Disse algo que eu não escutei quando cheguei perto dele. Tudo então foi rápido. Saquei a faca da cintura e enterrei no pescoço dele. Sua expressão foi de surpresa. Não gritou, nem nada. Arregalou os olhos e caiu vagarosamente.

         Corri dali, queria ter ficado para ver ele partir. Não senti absolutamente nada.
Fui pro quarto, nem jantei. Horas se passaram e começaram a falar sobre o acontecido.

     A policia deu o caso por um desentendimento entre marginais.
Nunca fui pego.

    Em 1984 eu matei um cara.

Reverendo Felix Fausto

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Homem Nuclear

O tempo não é meu amigo
Eu sinto falta das coisas simples
De quando era criança
O barulho da chuva
Me deixa emotivo
E eu me sinto mais só
Posso não ser a pessoa
Que você acha que eu sou
Tenho uma máscara
Por baixo da máscara
Eu não me mostro
Porque tenho medo
Do que você vai pensar
Sou o Homem Nuclear
Posso queimar suas esperanças
E o mundo que você criou
Homem Nuclear
Sou uma núvem radioativa
Pulverizando seu mundo.

Reverendo Felix Fausto

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Estranhos

Não acorde meu coração adormecido
Deixe que ele sonhe
Com as coisas que perdeu
E não terá de volta
Eu vou recusar
O conforto das suas palavras
Tudo é uma ilusão
De controle
Parece castração
São tantas cores
E todas são tão lindas
Mas preferi pintar minha alma
De preto
Será que um dia o amor volta ???
Somos estranhos nessa terra
Com tantas coisas
Que podemos descobrir
Sinto frio
E uma vontade de deitar
E deixar que tudo passe
Somos estranhos nessa terra
Onde as coisas não duram.

Reverendo Felix Fausto

Putas

  Deus abençoe as putas !!!
Só elas são legais, não cobram nada além do dinheiro pelos serviços prestados. E ainda assim pode ser que você coma uma no " 0800 " como dizem.

                Santa é a paciência delas que nos escutam, nossas lamúrias cotidianas e ainda dizem o que precisamos ouvir, sobre nossas performances, sobre nossos " tamanhos ", mesmo que sendo mentira as vezes, ainda assim, é o que precisamos ouvir.

     Há uma sabedoria cruel em suas vidas, um desapego, uma descrença no amor. Essas divas de alcova tem meu total respeito e admiração. Putas são o alicerce de muitos casamentos, heroínas injustiçadas.
Sua esposa não chupa, elas fazem isso com maestria, sua namorada não dá cu, elas são engolidoras anais, sua noiva não engole porra, elas estão sempre sedentas. Putas são a perfeição !!!

                   E a mulher perfeita é assim, uma dama de dia, e uma puta à noite, ou puta o tempo inteiro.

       Deus salve as putas !!!

Reverendo Felix Fausto

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Gay

            Uma vez cogitei a possibilidade de virar gay. Sim, eu estava naquela estatística que diz que 80% dos homens já pensaram em dar a bunda. E estava nessa não por curiosidade, ou dúvidas com relação à minha orientação sexual.

       Eu havia chegado à conclusão de que, me incomodava muito com mulher, por isso considerei esse assunto.

             Mulheres incomodam muito, e se o cara é um mulherengo como eu, essa incomodação dobra !!! Mais TPMs, mais mau humor de origem misteriosa, mais " Vai procurar tuas vagabundas !!! " e mais, muito mais perrengues !!!

       Pareceu que virando bicha talvez minha vida fosse mais tranquila. Mas é claro que sabemos que relacionamentos, independentes da opção sexual, são complicados, as incomodações independem de relacionamentos homo, ou héteros. O perrengue sempre vai estar ali. Os problemas sempre vão ser as pessoas.
  
           Mas daí, acabei desistindo de virar gay. Gosto muito de mulher, e algumas valem a incomodação toda. Buceta é tudo de bom !!!

       Mas ainda assim sempre disse que, numa situação de privação da liberdade, prisão perpétua, não descartaria a probabilidade de comer um cara. Seria uma bicha exigente, comeria o Morrissey, Elvis Presley, ou o Bryan Ferry !!!

Reverendo Felix Fausto

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

A Ruiva Do Mercadinho E A Ruiva Do Escritório

           Quando a ruiva me viu chegando no caixa, discretamente desabotoou uns dois botões da blusa. Achei que seus peitos fossem pular para fora do decote, se fossem, eu os apararia com o maior prazer.

       Sorriu quando cumprimentei ela, tinha os dentes pequenos e claros, lábios e faces rosadas. Não tinha necessidade do jogo que ela estava fazendo, mas tudo bem. Eu só queria pagar pela carne que eu estava comprando e ir embora sossegado, agora a minha fome era de outra carne. Carne branca de cabelos vermelhos !!!

       Tocou minha mão quando entregou o troco, sorriu novamente e ajeitou os cabelos.

       Esse episódio me fez lembrar de outra ruiva. A ruiva do escritório, se chamava Tânia, era linda e muito alta, sempre chegávamos cedo na firma, para adiantar o trabalho, depois ainda tínhamos uma hora, antes que os outros chegassem. Nossa rotina antes dos outros aparecerem era café, bolachas recheadas e confidências. Era casada, e eu noivo.

   Então do nada ela me sai com essa :
-Bicho, tu deve ser bom de cama.- Fiquei sem ação, sem ter o que dizer. E quando não se tem o que dizer, o melhor é fazer. Pulei em cima dela, nos engalfinhamos em beijos e mãos audaciosas por tudo. Ouvimos a porta do elevador abrindo, eram os outros chegando. Nos recompomos.

          Daquele dia em diante nossa rotina foi acrescida de furtivos encontros amorosos. Foi a primeira ruiva de verdade da minha vida. Vê-la nua foi um deleite, sardazinhas em pontos estratégicos daquele corpo, a penugem vermelha e encaracolada, bem ralinha na buceta. Era uma máquina de meter, fodemos no refeitório uma vez, e uma masturbação no escritório.

         Mas acabamos nos afastando, e eu nem lembro o motivo. Ruivas tem uma magia própria, precisam serem amadas e comidas, bem comidas.

Reverendo Felix Fausto

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

A Garota Mais Louca Da Cidade

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                Até onde eu sei ela não ligava para nada, não reciclava e não fazia essas merdas zen tão em moda hoje em dia. E se ela tivesse acesso à armas nucleares, já teria acabado com a porra toda !!!
                       O fato de misturar alcool com medicamentos tarja preta, não ajudava muito também. A garota era dinamite pura, um coquetel de veneno. Tinha seus momentos de candura e outros de total desprezo pela humanidade.
      De alguma forma eu havia caído nas suas graças. Ela me entendia, talvez soubesse sobre minha pessoa, coisas que nem mesmo eu sabia. Gostava de me provocar, e certo que fazia isso com outros caras também. Não tinha medo de morrer, e de viver muito menos ainda. Ela vivia intensamente tudo o que era oferecido à ela.
   As vezes sumia por longos períodos quando estava na "bad", como ela gostava de falar. E do nada surgia, me contando suas fodas, se mostrando, aquela buceta rosada o cu lindo, o cu mais lindo que eu já havia visto na minha vida !!!
          Aquela bunda empinada, enfiando um consolo de borracha rabo adentro, gemendo feito uma gata no cío, à cada estocada no cu, esticava os pezinhos segurando o  gozo, o sofá vermelho onde estava, destacava sua brancura angelical, e eu sem saber se me sentia um sortudo, ou um amaldiçoado.
        E em momentos de confusão, quando eu tinha mais perguntas do que respostas, era ela, a garota mais louca da cidade, que elucidava as questões da vida que me afligiam.
               Ela era bem assim, borboletas no estômago, um universo na cabeça e todo o tesão do mundo no meio daquelas pernas.

Reverendo Felix Fausto

O Lado Negro Da Lua



Que segredos nunca revelados
Ocultas dos meus ouvidos
Que proibidos sonhos
Umedecem tuas partes
Quando acordas
Sem chão ?
Sonhou comigo ?
Disparou teu coração ?
O lado negro da lua
É o mistério do teu sorriso
E desvenda-lo
É desvendar o mundo
E a dinâmica dos amantes
As motivações e os gatilhos
Da loucura,
Não quero a cura para essa febre
Que me aflige.


Reverendo Felix Fausto

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Rei De Nada

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Faço as coisas do meu jeito
Que parece o jeito certo
Quebro coisas e pessoas
Pelo caminho
Queria poder oferecer
Amor verdadeiro
Mas sou o mensageiro
Das más noticias
Uma me deixa para cima
Outra me deixa para baixo
E eu não me encaixo
Nos corações
Elas me coroaram
O rei de coisa alguma
Num trono de ferro
Tão duro quanto
O meu coração
Tenho a poeira dos sonhos
E o dom de entediar
Tenho cartas na manga
E ninguém para jogar
Me eleve
Para uma realidade melhor
Me derrube
No deserto das amarguras
Eu sou o rei de nada.


Reverendo Felix Fausto

Queda livre

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Eu vou caír
Eu sei que eu vou caír
Caír e caír
As mentiras não irão me sustentar
Por muito tempo
Nem o medo de mim mesmo
Eu tenho brincado
Na beira do abismo
Com meus olhos vendados
Para o amor
Eu vou caír
Eu sei que eu vou caír
Caír e caír
Que a terra fria
Receba meu corpo
E as dores da queda
Me façam aprender algo
Caído, talvez veja as perspectivas
Mas é dificil pensar
Estando em queda livre
No vazio e ausência
De emoções
Eu vou caír
Eu sei que eu vou caír
Caír e caír
Ninguém vai me dar a mão
Ninguém vai me dar avisos
Quantos já caíram comigo ?
Na queda
nos revelamos sem medo
Eu vou caír
Eu sei que eu vou caír
Caír e caír.

Reverendo Felix Fausto

Solidão

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Há de ser meu único amor
Minha amante imortal
Vestida em sombras
Paz e introspecção
Minha angústia
Sempre refletida
Na imensidão
No universo dos teus olhos
Todas as verdades
Todas as dores
Todos os medos
Segredos e amores
Sussurro teu nome
Solidão.


Reverendo Felix Fausto

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Pin-Up

Modelo pinup Suzy Azevedo, a garota Lollipop

           Paul rastejava na lama fria da trincheira entre corpos mutilados e companheiros agonizando. Não entendia como alguns romantizavam as guerras, não havia nada além de dor, morte e destruição.
           Só ele havia sobrado, seu instinto de sobrevivência e uma obstinação férrea o haviam trazido inteiro até então. Ah, e tinha também a Garota Lollipop, trazia consigo o recorte de um calendário, onde uma pin-up de faces rosadas e coxas grossas, passava a língua voluptuosamente num pirulito colorido.
               Paul havia prometido para sí mesmo que quando a guerra acabasse, e ele sobrevivesse, casaria com uma garota como aquela, teriam filhos, uma casinha num bairro tranquilo, com uma cerca branca e um lindo jardim.
       Mas agora, o que ele tinha eram somente os horrores de uma guerra que parecia não ter fim. As vezes ele tinha certeza de quê, todos os soldados de Hitler estavam ali, unicamente para acabar com o seu sonho da casar com a Garota Lollipop. As explosões faziam a terra tremer, seus pés e mãos doíam de frio. Rastejava segurando a metralhadora junto ao peito.
                Ouviu um som de vozes, a aspereza do idioma germânico, levantou a cabeça e viu cinco vultos se aproximando. Eram soldados alemães.
                Ficou quieto, tirou do bolso o recorte do calendário e suspirou apaixonado. Tinha a Garota Lollipop, ela era seu amor, sentia um arrepio quase adolescente ao olhar aquela foto. Envergonhado, recordou os momentos de masturbação solitária, segurando aquele recorte. Ele precisava manter-se vivo para a Garota Lollipop, aquele anjo de meias de seda e cinta-liga, os cabelos negros arrumados num penteado da moda, labios e unhas de um vermelho de sangue, a Garota Lolipop era tudo !!!
          Guardou carinhosamente o recorte no bolso, e preparou-se para o pior. No último instante teve uma ideia. Fingiu-se de morto. Estava frio e se conseguisse segurar a respiração, talvez is soldados inimigos simplesmente o deixassem em paz. Ficou imóvel quando eles chegaram.
Quando passaram, um deles voltou e começou a revistá-lo, à procura de cigarros. Vasculhou os bolsos de Paul, e achou o recorte, disse algo em alemão, riu alto e guardou no próprio bolso o recorte.
       Paul teve bons companheiros mortos naquela guerra, estava  longe de casa lutando a guerra de outros. Agora estavam levando a Garota Lollipop embora, sua Garota Lollipop, seu único e verdadeiro amor...
              Ergueu-se num salto. Sua metralhadora cuspiu fogo e chumbo aquecido, o alemão que havia levado a Garota Lollipop foi a primeiro a cair, os outros viraram atirando na direção dele. Paul correu na direção deles, mais dois deles caíram, Paul sentiu um estouro na altura do estômago, com a dor, deixou que sua metralhadora caísse. Sacou a pistola e acertou mais um soldado inimigo. Sentiu outro impacto, dessa vez na perna. O chucrute restante entrou em luta corporal com ele, Paul deixara cair sua pistola. Puxou sua faca e cravou no pescoço do soldado, ouviu sons de gorgorejo em sangue, deixou sua faca enterrada até o cabo na garganta do soldado inimigo.
Rastejou debilmente até onde estava o corpo do soldado que havia pego o recorte.
      Ficou ali, segurando o recorte, seu pequeno e único tesouro. A Garota Lollipop era dele novamente.
       Dias depois quando seu corpo foi encontrado, ainda segurava junto ao peito  o recorte do calendário da Garota Lollipop, seu único e verdadeiro amor.

Reverendo Felix Fausto

sábado, 28 de setembro de 2019

Sempre Aqui


Manhã fria
Com um sol que brilha
Sem calor
Nas minhas melhores lembranças
Você sorri de um jeito doido
De minisaia
E sem calcinha
Onde está a menina
Por quem eu me apaixonei ???
Não acabou
Mas pode ser um novo começo
Em caminhos diferentes
Você precisa se achar
E eu me curar
Mesmo indo
Você sempre estará aqui
No canto mais terno do meu coração.
Reverendo Felix Fausto

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Os Dias

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Os últimos dias
São como um sonho ruím
E eu não acordo
O universo me presenteia
Com o seu silêncio
O seu descaso
Bato em portas
Que não abrem
E das janelas
Um horizonte negro
É a vista
Os últimos dias
São frios e cinza
Um  véu de tristeza
Recobrindo meus olhos
Nos últimos dias.

Reverendo Felix Fausto

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Eu Sonho

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, árvore, atividades ao ar livre e natureza

Eu sonho com seu rosto
E o tempo inimigo
Eu não consigo deixar
De querer
Eu sonho com um tempo
De sonhos e eterna primavera
Das flores negras
No seu coração
Eu respiro sua magia
E a fragilidade
Dos nossos elos
Você é a lua
E o corvo
Nos ombros dos deuses
A chuva sussurra seu nome
Os ventos me trazem o seu perfume
E é seu
Meu coração de piche.


Reverendo Felix Fausto

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Diabinha

Ela tem os olhos frios
Como a pele de uma serpente
Seu coração queima
No mesmo fogo infernal
Onde ardem os pecados
Do mundo
Ela muda toda hora
Eu nunca sei com quem
Estou jogando
Baby Doll é o inferno
Baby Doll é o céu
Ela tem o mel
Nos lábios vermelhos
E veneno nas unhas
Sou um dos segredinhos dela
Ela estica suas pernas nervosas
Em sua cama, com seus bichinhos
De pelúcia
Todos somos seus bichinhos
No seu mundo.

Reverendo Felix Fausto

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Casa Fechada

Imagem relacionada

Não bata nessa porta
Ela não vai abrir
Os cômodos frios
Não abrigam nada
Além de solidão
É uma casa grande
Nada aconchegante
As paredes contam histórias
Que se perderam
Em dor, e desapego
Essa casa do jardim descuidado
Nada mais cresce
Ervas daninhas
Aninhadas nas pedras sujas
A pintura descascando
O amor morrendo
Na casa fria e velha
Chamada coração.


Reverendo Felix Fausto

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Baby Doll

       

           Olhar para Baby Doll, era como olhar para um mistério insolúvel, algo que se olhássemos por muito tempo, seriamos  consumidos por desejos secretos. inomináveis, quem sabe ???
           Ela talvez fosse uma menina presa num corpo de mulher, ou uma mulher aprisionada no corpo de uma menina. Era doce e também perigosa, tinha uma malícia envolta em trejeitos inocentes.
Adorava me contar suas coisas, seus pecados secretos. E acreditem, não eram poucos.
          Se dava o suficiente para mim, nem mais nem menos. Éramos parceiros numa vida de duplicidades, nossos segredos eram nossos. Era a minha Lolita proíbida, tinha um corpo esbelto, perfeito. Gostava de se mostrar, sempre em poses que variavam do inocente, ao sensual. Ela conhecia as próprias armas, e sabia como usá-las.
          Minha Baby Doll.

Reverendo Felix Fausto

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Cansado

             Esnerto Cabron estava cansado. Como há muito tempo não se sentia, a vontade que tinha era de sentar- se à beira do caminho, e ver o que íria acontecer.

        Tinha uma vida dupla, e isso exauria suas forças, sua saúde psicológica e espiritual pareciam afetadas. Vivia num mundo como o de Alice, só que mais sombrio. Um mundo onde caminhava lado à lado com Elementais, bruxas, fadas, loucas e deusas vingativas e cada uma delas donas de um pedaço dele.

                 Mas pela primeira vez em anos, ele sentia-se velho.

        Queria deitar no chão e deixar tudo.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Setores

 Claro que não costumo falar sobre meus sentimentos.
 Faço do jeito que fui ensinado à fazer, simplesmente ignoro, ou arquivo na minha mente no "Setor   De Coisas À Resolver Futuramente" .
 Tá bom, é um erro, mas todo o homem que é homem faz assim !!!
 O grande problema de agir dessa maneira, é que isso acaba indo para o "Setor De Frustrações", onde um burocrata mau humorado não sabe exatamente como fazer para resolver isso, e arquiva tudo numa pasta no setor de "Explosões De Raivas Futuras".
 O setor de " Explosões De Raivas Futuras" sempre me trouxe problemas, tenho absoluta certeza de que tudo o que está arquivado nesse setor, quando vem à tona, me garante a fama de maluco !!! Mas estou no lucro, conheço pessoas que do "Setor De Frustrações" os problemas delas nem passam pelo "Setor Explosões De Raivas Futuras" vai tudo direto para o "Setor De Doenças Psicosomáticas" e daí vira câncer e outras bostas !!!

domingo, 15 de setembro de 2019

A Lua

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Vai pra rua
Vai lá fora olhar a lua
De onde vem teu encanto
Única num céu majestoso
Lobos saúdam num canto
De amor à lua brilhante
Ornando um firmamento
Alucinante
Tão vasto e cheio de mistérios
Vai pra rua
Olha a lua que é tua
Tão bela no céu noturno
Soturno
Meu coração se alegra
Com o astro tão lindo na noite
Inspirando minha pretenção de poeta
Lua repleta de amores
Do alto cura minhas dores
E sussurra teu nome
Em meus sonhos.
Reverendo Felix Fausto

Domingo


Imagem relacionada

Ela não gosta dos domingos
Quando a ansiedade
Invade seus pensamentos
E a saudade esfria seu coração
Não era para ser assim
Porque eu penso nela
Com todo o meu amor
Sinto seu perfume
Sua presença
Tenho a crença que um dia
Seremos só eu e ela
Eu tenho na memória
Dos meus dedos
A maciez da pele dela
E a doçura do seu riso
Acariciando meus ouvidos
Meu amor,
O domingo logo acaba
Não sofra
Te prometo uma semana
De beijos
De sonhos
E amor.
Reverendo Felix Fausto

sábado, 14 de setembro de 2019

Ranço

No dia mais frio, no inverno dentro de mim. Um floco de neve chamado ranço, desceu colina abaixo, como uma pequena bola.

        Essa bola de neve chamada ranço, aumentou ganhando proporções gigantescas, à medida em que rolava a colina. Uma avalanche que esmagava afeições e amizades, arrastando para o frio do descaso, o que algum dia já teve alguma relevância.

                 No caminho, nada foi poupado e o frio tumular e glacial da avalanche não deixou que nada ficasse inteiro.

Reverendo Felix Fausto.
        

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Chata

          Juro que no ínicio era até engraçado, charmoso eu diria sobre todo o mau humor dela. Tinha sempre uma frase que eu achava ser espirituosa sobre diversas situações.

Era de certa forma popular, conhecia um monte de gente. Não parava nos empregos que arrumava, sempre tinha uma colega qua a importunava, era de certa forma uma solitária na multidão.

               Mas daí eu comecei à prestar atenção nos detalhes do seu comportamento, sempre os malditos detalhes, e é aí que o diabo mora. Nos detalhes.

                    Namorado algum ficava muito tempo com ela. Talvez o tempo de ganhar uma chupada e só. Logo sumiam e ela não sabia o porquê.

      Mas eu sabia. Ela era chata,  só isso !!! Reclamava de tudo, e quando não tinha um motivo real para isso, ela inventava um. Ou, simplesmente esmíuçava uma situação corriqueira, para achar o que reclamar.

                 Acabaria sozinha, como a velha dos gatos, a maluca da rua. Acabaria seus dias sozinha, tão certo quanto o nascer e o morrer do sol.

Reverendo Felix Fausto

Decepcionada

             "Não é nada !!!"-Nunca é, mas quando elas dizem isso você pode ter feito algo imperdoável no universo delas. Algo tão horrivel quanto abraçar a própria mãe de pau duro !!!

           E aí você começa a vasculhar as últimas conversas e o menor dos seus atos tentando entender, o que foi que fez de tão grave. Pode ter deixado escapar algo, um comentário que por mais trivial e inocente que seja, mas nas idéias delas pode ter sido a prova de umas das muitas suspeitas infundadas que ela nutrem, vão criando, feito um cãozinho que depois ganha as proporçõesde um lobo faminto.

         "Estou decepcionada !!!" Essa sem sombra de dúvida é a pior. Todo o universo masculino desaba ante essa afirmação delas, esse desabafo que nos consome numa culpa, que nem temos certeza de termos, é horrivel!!! Antes elas explodirem em fúria incontrolável, jogar sapatos de mortais saltos agulha, esbravejar, qualquer outra coisa mais contundente que explique o mal humor delas.

              Mas não, as desgraçadas sabem do efeito que um " Estou decepcionada " tem sobre nossas pobres almas.

Reverendo Felix Fausto

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Pentecostes

                     Ante a ousadia do homem em criar uma torre que atingisse os céus, Deus fez com que os homens que até então falavam um único idioma, não se entendessem mais.

                           Quando deixaram de se entender um caos se instalou, gritaram, escabelaram, choraram e riram ao mesmo tempo, uma catarse e histeria coletiva.

                       Ao lado da minha casa tem uma igreja pentecostal.

      Eles gritam, e quero que gritem bem alto, o mais alto que eles conseguirem. Até seus pulmões explodirem e suas gargantas sangrarem. Gritem, porque Deus é surdo mesmo, ou simplesmente não está nem aí. Alheio aos seu medos, surdo para as suas dúvidas, um Deus que deixou de ser colérico por não se importar mais.

             Não virá dilúvio e nem fogo dos céus, os anjos vingadores estão de folga e Deus em silêncio.

Reverendo Felix Fausto

Vegano

                          Laurí reciclava seu lixo e não comprava nenhum produto de higiene pessoal que fosse testado em animais. Também não comia carne e urinava sempre durante o banho, para economizar a água da descarga.

                   Laurí tinha um forte engajamento em causas ecológicas, até pagava uma mensalidade para ajudar o Greenlife, uma ong que atuava para o bem estar do planeta. Nas férias resolveu acampar, não pensou num camping, mas no mato mesmo, mato fechado.

             O plano era entrar em total comunhão com a mãe natureza, abraçar sua beleza e mistério.

                     Juntou o que precisava numa mochila e foi para a sua aventura. Foi para o interior, escolheu um local conhecido por seu dificil acesso e distância. Quênions e mato fechado, perfeito. Como ele queria. Caminhar naquela floresta íngreme era mortal, raízes num emaranhado perfeito para se tropeçar, animais peçonhentos e rastejantes pareciam espreitá-lo. Mas Laurí não desanimou, seguiu em frente.

         Quando anoiteceu acendeu uma fogueira e fez sua refeição. Olhou para um céu que, sem as luzes da cidade, realçavam as estrelas. Os mosquitos eram terriveis, pareciam ter o tamanho de beija-flores, suas picadas eram doloridas e os zumbidos de enlouquecer. O repelente natural, caríssimo, de nada adiantou.

                           Percebeu que durante a noite a floresta ganha vida, torna-se uma entidade cheia de olhos e sons assustadores, algo furtivo e mal. Algo rugiu na noite. "Um urso", pensou Lauri, e correu na noite escura temendo por sua vida.

                   Correu, e correu sem ter uma direção em mente, pensava somente em escapar. Correu desesperado pelo terreno irregular até não sentir mais o chão. Era um barranco. Caíu em queda livre até sentir o solo novamente. E depois do solo, não sentiu mais nada. Havia partido a coluna, não sentia nada abaixo do pescoço.

                Laurí estava sozinho no ermo da floresta, levou alguns dias para que morresse, insetos e animais da flotesta alimentaram-se dele, ele que não comia carne em respeito a natureza, entendeu que a flora e a fauna se nutriria da carne dele. Tudo muito estúpido no final.

Reverendo Felix Fausto

domingo, 8 de setembro de 2019

O Vigia parte X

Todos experimentaram um momento de horror e pânico, a cabeça decepada de Crispin encarava os presentes com olhos opacos, sem vida. Houve uma gritaria e Felix tentou forçar as cordas que o prendiam. -Oliveira, Oliveira !?- Chamou Balthazar..
                  
                   A porta então abriu de sopetão e o Oliveira entrou com uma expressão de agonia no rosto, os olhos estalados e a boca arreganhada. Segurava algo, eram suas entranhas, escorrendo para fora feito serpentinas sangrentas. Caiu morto no chão. Tolledo e o capanga restante correram para fechar a porta. - Droga, ela está fora de controle ! -Gritou Tolledo trancando a porta.

                         Felix estava morrendo de medo, o sangue do Oliveira se espalhava pelo chão molhando seus sapatos. Tolledo aproximou-se dele e com a faca cortou as cordas que o prendiam. Sacou a arma e apontou para a sua cabeça. Felix ficou sem entender. -Levante, tu vai lá pra fora !!!- Disse ele. Felix olhava para a pistola apontada para a sua testa. -Lúcio abre a porta ! - Ordenou ele. Lucio abriu a porta e Felix foi empurrado para fora, a porta se fechou assim que ele saiu. Seus pulsos doíam por causa das amarras. Tropeçou em algo e caíu, era o corpo decaptado de Crispin, levantou-se e olhou em volta. A noite era iluminada unicamente pelos relâmpagos, a água da chuva deixavam seus olhos ardendo.

                             Em meio ao barulho da chuva conseguiu distinguir um rosnado ameaçador, seu coração disparou, foi então que ela surgiu, a água da chuva não havia lavado o sangue do seu vestido. Os braços nús, suas mãos crispadas como garras e um pequeno filete de sangue escorria dos seus lábios.
Os negros cabelos escorridos realçavam sua aparência felina, predatória.
              
                             Então ela encolheu-se feito uma mola, pronta para saltar na direção de Felix. Um estrondo forte, não de um trovão, mas de um disparo. O peito dela irrompeu numa explosão de sangue fazendo com que ela caísse no chão.

                     Felix olhou e viu Sil e Cabral parados à uma pequena distância, Sil ainda segurava a arma com o cano fumegante, Cabral ao lado dela segurava o rifle, era a cavalaria, como nos filmes, quase sempre atrasada. Felix correu para junto deles. Meia hora antes contrariando as ordens de ficar em sua casa, Cabral havia decidido ir atrás deles, encontrara Sil desacordada dentro do carro, estava com uma dor de cabeça mortal, mas estava viva. Então Balthazar, Tolledo e Lúcio saíram de dentro da guarita. Os dois últimos armados.

                              Cabral atirou, não pensou duas vezes. Acertou Lúcio na cabeça, caíu morto. Tudo acontecia muito rápido, Tolledo acertara Cabral duas vezes, no peito e no braço. Cabral caiu de joelhos, e depois tombou por completo. Em meio à todo aquele caos de tiros e morte, Sil percebeu que a criatura havia sumido, e isso certamente era um grande problema. Felix juntou o rifle junto ao corpo sem vida de Cabral e atirou duas vezes, acertou Tolledo no ombro esquerdo que cambaleou, a outra bala acertou a parede da guarita arrancando pedaços do reboco.

             Tolledo aprumou-se e atirou, Sil sentiu a bala passar rente a sua cabeça, ela revidou e foi certeira. Tolledo tombou com um tiro no pescoço. Balthazar aproveitou a confusão e saiu correndo.
-Ela vai fugir !- Gritou Sil atirando, mas errou.
- Não importa, ele não vai longe ! -Respondeu Felix. Então entrou na guarita e pegou uma garrafa de querosene que tinha embaixo da pia. Sil o seguia, entraram no barracão e Felix juntou os trapos ímundos derramou querosene e ateou fogo, acendendo com um isqueiro.
Saíram e o fogo alastrou-se rapidamente, ficaram esperando que talvez ela estivesse lá dentro. Mas nada, as chamas apesar da chuva consumiam todo o barracão.

                   Nada aconteceu, nem sinal dela, ou de Balthazar. Foram até a casa principal e fizeram o mesmo. O fogo pegou fácil na mobilia seca. A fumaça fazia com que seus olhos ardessem e Sil teve um acesso de tosse. Ouviram um grito, era Balthazar. Correram em direção aos gritos e encontraram Balthazar caído sob os pés da criatura. A cabeça quase que totalmente separada do corpo, e seu braço direito havia sido arrancado. Ela ficou encarando eles, nem sinal do ferimento em seu peito. A chuva começava a parar e logo não tardaria a amanhecer.

                    Sil e Felix apontaram suas armas na direção dela. Não estava longe, e ela avançou na direção deles. Atiraram, sem efeito. Sil foi a primeira a ser atacada, os dentes da criatura cravaram fundo em seu ombro. Felix atirou novamente, desta vez acertou. A criatura caíu no chão, Sil levantou-se auxiliada por Felix. - Vamos saír daqui ! - Disse ele. Correram deixando a vampira para trás, Sil sentia o sangue escorrer do ferimento.

                     Então vindo do alto a criatura caíu de pé na frente deles, barrando a passagem. Sil levou um murro tão forte que foi jogada para longe, Felix tentou atirar novamente, mas estava sem munição. A criatura segurou sua cabeça com ambas as mãos, e numa torção rápida quebrou-lhe o pescoço, fazendo se ouvir um estalo seco. Sil gritou e quando o monstro virou para ela, Sil atravessara seu peito com um pedaço de madeira, usando- o como uma estaca. Os olhos da criatura ganharam um aspecto humano, e ela desabou lentamente com o corpo se desfazendo em cinzas.

        Ouviu-se um último relâmpago. Sil foi embora dali.

      Alguns dias se passaram. Sil fugira da cidade com algumas economias que tinha, seu ferimento havia sido tratado por uma amiga que era enfermeira, não havia procurado um hospital, sua situação exigia alguma discrição. O ferimento demorou, mas cicatrizou. Sil estava diferente, estava sensível à luz do sol. Não sentia fome, qualquer tipo de comida a nauseava e agora ela podia jurar que sentia o cheiro do sangue das pessoas...

                         FIM

          
           

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Múltiplas



Uma gosta de bichinhos
Desses verdes,
Que comem couve
Que de feínhos transmutam
Em borboletas bonitas
Outra é ligeiramente
Esquisita,
Gosta de astronomia
Ela tem alegria das descobertas
As vezes são tão incertas
Suas atitudes
Outra um verdadeiro mistério
Humor de gótica
De cemitério
Mas se olhar bem no fundo
Ela é um mundo
De coisas e pessoas
Todas são lindas
E ela sabe disso
Ela é um feitiço
Para os olhos
Ela é doce, sal e pimenta
A malandra que tenta sempre
Um jeito de me cativar.

Reverendo Felix Fausto
Para Mari Garcia

Me Ame

Me ame só um pouquinho
O suficiente, pra não me sentir solitario
E um tantinho, pra não me achar grande coisa.

Reverendo Felix Fausto

Lobo - por Oráculo

Imagem relacionada

"Lobo
Como um grande predador
Tu caças
A tua caça
E não será uma coleira
Que te romperá esse espírito
Animal selvagem
Quem galopará teu lombo?
Talvez a leveza da Bruxa
Que na vassoura flutua
Correndo ao teu lado
Como dois depravados
Só a Lua entende
Vestiremos as peles
Um do outro
Entre uivos e gemidos
A floresta se cala
Pra ouvir tua gala
Ao meu pé do ouvido."


Oráculo - 03/09/2019

Lobo

       Imagem relacionada

       Meu destino é de lobo, não de cachorro gregário. Nem o amor e nem o desejo me adestrarão, pois reneguei a matilha, assim como todas as regras.
      Sirvo somente à obscuros propósitos, e louvo o vento e a vastidão, e a solidão minha fiel amante.
      Tuas correntes e coleiras jamais irão me prender, domam-se os leões, ursos e tigres.
      Nunca os lobos, não somos animais de circo, de um picadeiro de ilusões.


Reverendo Felix Fausto

Vai

Vai
Vai correr mundo e amores
Procurar em outros braços
O que não tens nos meus
Vai saciar em outras bocas
Tua sede de amor
Vai
Vai, já que só conto mentiras
E sou tão falso
Quanto uma nota de R$3,00
E não sirvo mais
Com os meus carinhos
E nossos caminhos
Agora se bifurcam
Vai
Vai ser feliz do jeito que quiser
Quem sabe o universo
Te faça com outro alguém
Feliz, mais plena
Saio de cena
E seja o que Satã quiser.

Reverendo Felix Fausto

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Só Chamar

Irei como um cão
Faminto
Um solitário
carente da tua atenção
Um viciado
Dependente do teu carinho
Um andarilho
Precisando de um caminho
É só chamar
Atenderei teu chamado
Uma divina obrigação
Uma peregrinação
De amor
E adoração
É só chamar.

Reverendo Felix Fausto

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

No Espelho

Ela é sempre linda
Ainda tem o frescor
Da juventude
Com amor
Observo suas mais simples
Atitudes
Em frente ao espelho
Reflexos vermelhos
Em seus cabelos compridos
Nos lábios
Um riso atrevido
À me desafiar
Ela é o meu sonho
De amor e desejo
Olho e vejo
A mesma garota de tempos atrás
Ela é a fúria, minha guerra e paz.

Reverendo Felix Fausto

Potra

Potra indomada
Quero puxar tuas crinas
E cavalgar teu lombo
Não importa o tombo
Que eu levar
Na fúria do teu galope
Anseio por ser
Um domador à altura
De refrear teus desejos
E teu amor
Tua loucura
Na firmeza da minha mão
Gazela solta, livre
Nos campos dos meus desejos
Em teus olhos
Um lampejo selvagem
Que não defino
De caçador à menino
Tudo acontece comigo
Diante desse enigma
Em forma de mulher.

Reverendo Felix Fausto

sábado, 31 de agosto de 2019

Apenas Faço

Eu não sei
Porque eu faço
As coisas que eu faço
Não são as vozes
Na minha cabeça
Ou meu coração impetuoso
Tortuoso é o caminho
Por onde sigo
Algo muito antigo
Me faz ser assim
Quem segue comigo
Tem que estar disposto
À sangrar também
Não sou dono
De ninguém
E não quero ser controlado também

Reverendo Felix Fausto

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Vem comigo...

Quantas mais dentro de você?
Criatura estilhaçada
Um livro de infinitos capítulos
Não revelam todos
Os teus segredos
Porquê não me conta
Que fogo
Acende teu tesão
Que calor
Não conforta tua solidão
Ah!!!
Vem comigo
Vamos queimar pessoas
Gargalhar dentro de igrejas
Foder feito bichos no cio
Nos cultos religiosos
Vamos causar nojo
Com nossa liberdade
Porquê somos nós
Que decidimos
Nossas vidas.


Reverendo Felix Fausto - 29/08/2016

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Oráculo

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Ela vivia num recanto da montanha onde os mais corajosos guerreiros evitavam ir.
        Somente aqueles que ansiavam por respostas ousavam ir até a velha cabana feita de troncos e pedras, com seus corações acossados pelo medo, mas suas mentes cheias de dúvidas, eles seguiam por caminhos perigosos repletos de lobos e outras criaturas medonhas.
         Ninguém sabia o seu nome e ela era chamada de A Dama Da Montanha,ou Oráculo.
         Tinha longos cabelos negros, tão negros que pareciam engolir a luz.  Fenômeno que realçava sua palidez de lua alta e cheia.
         Seus lábios tinham um vermelho de sangue e nos olhos um verde indefinido, como poemas de amor inacabados.
         Certa vez um comerciante a consultou para saber da prosperidade dos seus negócios, nas vísceras de um pequeno roedor ela viu para ele riquezas ao custo de algo que lhe fosse caro.  O velho e gordo comerciante triplicou sua fortuna, num curto espaço de tempo, a fartura e a bonança eram frequentes nos seus dias.  Até que sua única neta, seu bem mais precioso afogou-se num rio.
          Um general de uniforme garboso, divisas e medalhas de ouro e prata, desejava saber sobre o êxito de suas campanhas.
        Subiu a montanha acompanhado de um poderoso exército, a rocha tremia sob a marcha dos cavalos e uma águia avisou a Oráculo da sua chegada.
         Ele entrou sozinho na cabana, a oráculo jogou um punhado de ossos pequenos num prato de madeira e disse:
        -Sob o aço de sua espada, vidas serão ceifadas, há de conhecer a glória e seu nome será imortalizado.
         O garboso general dizimou os inimigos e trouxe ouro, prata e escravos como espólios de guerra, morreu de uma febre misteriosa, nos últimos instantes viu o rosto de cada uma das suas vítimas.
         Uma noite ela viu sinais, uma aurora boreal sobrenatural e os espíritos da montanha a convocaram.  Ela sumiu, mas ainda se ouve sua voz nos ventos, seu toque é sentido nos rios, nas pedras
         E na madeira das árvores.


Reverendo Felix Fausto
                

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Unhas e dentes

Sempre depois da tempestade
Daquela fúria passional
Do quebrar dos pratos
Que ela mostra
Seu amor
No rítimo daquelas ancas
Na pegada daquelas unhas
Na força daqueles dentes
No doce daquela boca
Que ela mostra seu amor



Reverendo Felix Fausto - 27/08/2016

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Vai Passar...

Quando você estiver sozinho
E dificil for o caminho
Não importa a sua dor
E quão longe estiver o amor
E se não for derrota
A vida lhe dá na melhor situação
Um empate
Então se mate
Então se mate
Seja uma boa pessoa
Sempra haverá uma lagoa
Para nadar com sapatos de cimento
Você fica muito bem de preto
Com um gole de cianureto
Todo mundo te atacando
O seu melhor
Não é o suficiente
E você nada sempre
Contra a corrente
E a vida só lhe bate
Então se mate
Então se mate
Pule no fundo do poço
Aperte essa corda no pescoço
Aceite a sua sina
Tome um banho de gasolina
E fume seu último cigarro

Reverendo Felix Fausto

Rebelde desde 67

Andando despreocupadamente
Despreocupando a mente
Com as mãos nos bolsos
E o sol no rosto
Meu bemzinho
Está insegura
Ela diz que eu sou a cura
Para toda a solidão
Sou um rebelde entediado
Desde 1967
A as vezes eu me sinto
Como um chiclete mascado
Cuspido, isolado
Por favor não me guarde numa caixa
Não sufoque o meu coração
Ando tanto na beira do abismo
Que já não temo mais caír
Sou um rebelde entediado
Sou assim desde 1967
Não fui criado
Para ser guardado como um tesouro
Nem prata, nem ouro
Podem pagar meus sonhos e esperanças
Ainda sou uma criança
Se recusando a crescer
Sou um rebelde entediado
Desde 1967.

Reverendo Felix Fausto

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Sem-Teto

    Não havia passado um mês até eu tomar conhecimento da existência deles.
    Desse casal de sem-tetos.Ela era pequena tipo aquelas gordinhas vaidosas e ele magro e alto com cara de malandro.
    Eles "moravam" numa escadaria em frente a um prédio abandonado. Haviam feito alí um simulacro de lar. Dava pra entender onde era a cozinha, o quarto e a sala.
    Num canto mais extremo debaixo da marquise, uns tijolos com uma velha grelha era o fogão, as refeições eram cozidas com o que eles conseguiam na rua. A sala era na escadaria, logo nos primeiros degraus, tinham umas almofadas velhas e recebiam eventualmente outros moradores de rua. Cachaça sempre tinha e as reuniões eram animadas.
    Um colchão de casal demarcava o quarto. Tinham uns cobertores vermelhos e uns travesseiros.
    Algumas vezes os ví fazendo amor. Assim despudoradamente para quem quisesse vê-los em pleno ato. Tinham o cuidado de se cobrirem com as cobertas, mas quando a menina se empolgava, e isso acontecia sempre, seus corpos ficavam descobertos, naquele cavalgar estérico de prazer e luxúria.
       Os cabelos em desalinho, a bunda subindo e descendo, unhas rasgando a carne e os espasmos do corpo pequeno.
       Ficavam deitados ali, abraçados e satisfeitos. Às vezes ela se levantava nua se ajeitando, era bonita até para o tanto que a vida na rua a judiava.
       Outras vezes eles brigavam. Ela sempre avançava para cima dele com uma ferocidade animalesca.
        Mas logo faziam as pazes.
        Eles não tinham um teto, mas tinham amor.


Reverendo Felix Fausto
          
                   

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Punheta

     Ver aqueles dedos melados no próprio gozo, quebraram minhas últimas defesas.
     Bem mandado, como um bom garotinho, eu lamberia aqueles dedos experientes sorvendo o néctar do seu prazer solitário.  Ela fazia seus jogos de gata e rato, e meu coração apaixonado era um prato cheio para ela.
     Punheta, escrever para ela estava se tornando um ato masturbatório!!!
     Fato, que eu não contestava.Ela me trazia pela mão e, me conduzia para os cantos mais obscuros do desejo dela.
      Ela regia a sinfonia sensual de cada olhar, cada conversa que tínhamos, cada gesto e respiração e eu experimentava de algo que era único.
       Tantas possibilidades, era em mim que ela pensava, toda a vez que afundava os dedos naquela buceta molhada?
        Desesperadamente, naquela buceta molhada e quente, a flor que eu queria cheirar, a fonte de onde eu ansiava beber, e ela gozaria, se desligando de tudo numa morte íntima e úmida.
      Jamais saberei.



Reverendo Felix Fausto

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Risco

Vale o risco
O resgate de um rei
As consequências
Sonhos despedaçados
Vale o sangue que se derramar
A ofença aos deuses
A punição e a redenção
Vale amizades desfeitas
A obsessão
Que tua imagem representa
Vale o fim de um ciclo
E o começo do fim
Morrer de amor
Nos teus braços
Me viciar nesse beijo
Vale,vale sim.

Reverendo Felix Fausto

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

E Se...

E se fosse
Uma foto
Com as calcinhas nos tornozelos
E se fosse
Teu estalar de dedos
A tua convocação
Para espantar
Meus medos
E se fosse uma jura
De amor eterno
E se fosse a cura
Que eu tanto preciso
A malícia
No teu sorriso
E se fosse
Um convite
Para a foda  mais gostosa
Da minha vida
E se fosse...

Reverendo Felix Fausto

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

O Vigia parte IX

A chuva caía estrondosamente, talvez em algum lugar alguém estivesse construíndo uma outra arca, porque parecia um dilúvio.
                        Balthazar parecia cansado e incrivelmente velho.Ao falar próximo ao rosto de Felix, ele pode sentir o hálito que exalava uisque.
-Ela não era desse jeito...Não era, voltou assim depois de uma viagem à Inglaterra.-Disse Balthazar,e continuou:
-Foram semanas indo a diversos médicos, diagnósticos inúteis, até que ela não conseguia mais saír durante o dia.Daí entendemos tudo.
                          Uma trovoada ensurdecedora fez as paredes da guarita tremerem.
-Vocês enlouqueceram?Manter uma pessoa nesse estado de maldição, é crueldade!-Disse Felix tentando entender aquilo tudo.
                      Balthazar levantou da cadeira e foi até a janela, lá fora a natureza destilava sua revolta.
-Não importa,você nunca íria entender, ela é a minha criança.-Disse ele sem olhar para Felix.
                              Tolledo tirou um pequeno canivete do bolso.
-Crispim, tu e o Oliveira vão lá abrir o barracão.-Ordenou Tolledo.
      Os homens saíram noite adentro, Felix estava inquieto sentia que sua morte era certa.
                              Então ouviu-se disparos, gritos, e por fim um silêncio.
                     Todos se olharam atônitos.Então algo foi arremessado para dentro da guarita através do vidro da janela.Todos se proteger dos estilhaços de vidro.
                       Algo rolou até os pés de Felix,apavorado ele viu que era a cabeça de Crispim.

Continua...

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Cocô

"Ela comeu cocô quando era pequena."

Diabo De Mulher

Toda olhares
Toda boca
Toda gostosa
Diabo de mulher
Ela apaixona infernizando
Como não querer morrer de raiva
Beijando aquela boca,
Se perdendo naqueles olhos
Cada vez que ela me toca
Um arrepio,
Um frio na espinha
Aquele perfume
Sempre antes dela
Anunciando minha perdição
Diabo de mulher
Sabe dos meus pontos fracos
Faz dengo
Manha
E me ganha
Diabo de mulher.

Reverendo Felix Fausto

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Drama Queen

Às segundas ela acorda assim
Drama Queen
Um furacão de emotividade
Deusa da bipolaridade
Pobre de mim
Então ela briga
Descobre mil entrigas
De todas as minhas putas
Eu explico,
Ela não escuta
Que é ela que amo e pronto
Meio tonto,
Só quero minha paz
Ela faz todo um drama,
Vamos acabar na cama
Pode acreditar
É assim que ela faz.

Reverendo Felix Fausto

sábado, 10 de agosto de 2019

O Vigia parte VIII

O tempo havia mudado inexplicavelmente, nuvens negras de chuva tomaram conta do céu.Uma tempestade se aproximava e parecia que estava anoitecendo mais cedo.Sil e Felix seguiam rumo à casa.
-Acho que ela é uma vampira.-Disse Felix sem olhar para Sil.O carro seguia numa velocidade constante.Sil olhou um momento para Felix e perguntou:
-Estacas,será que teremos de fazer estacas de madeira?-
-Não sei se isso é coisa só de filmes,de qualquer forma meu plano é queimar aquele lugar até os alicerces.Queimar e caír fora daqui!-Respondeu Felix.
                   
                       Tudo então aconteceu muito rápido.Saindo de uma estradinha lateral o jipe do Tolledo atingiu-os com violência.Sil perdeu o controle do carro que capotou duas vezes, o carro estava virado, destruído e eles presos aos cintos de segurança.
De cabeça para baixo e totalmente atordoado Felix viu que Sil estava desacordada.
Passos e vozes de homens se aproximando.
-E ela?-Alguém perguntou.
-Deve ter morrido, deixa ela aí!-Era a voz de Tolledo.Felix gemeu de dor ao ser retirado de dentro do carro sem o menor cuidado.
Foi puxado através da janela quebrada do carro.Sangrava muito, estava com um corte profundo perto da orelha esquerda.
Antes de desmaiar percebeu que Tolledo estava acompanhado de mais três sujeitos.
Jogaram-no dentro do jipe como se fosse um saco de batatas.
                          Felix foi acordado com um balde de água fria no rosto.Estava amarrado à uma cadeira, reconhecera de imediato o lugar onde estava.
                            Era a guarita.Tolledo estava sentado à sua frente e logo atrás dele  estavam os outros sujeitos.Sentia muita dor,a água fria empossava sob seus pés, suja de sangue.
-Que merda Felix,tu tinha que estragar tudo?-Perguntou ele que segurava uma arma,com a consciência retornando aos poucos só agora ele havia percebido isso.
-Vai pro inferno!!!Que coisa é aquela presa no barracão???-Ao falar Felix sentiu os dentes que pareciam estar soltos dentro da sua boca.
-Não interessa,tu só tinha era que fazer o que foi pedido, só isso.Agora temos esse problema todo, com mais gente envolvida.
                        Lá fora uma chuva torrencial desabava, e Felix pensou em Sil, lembrou dela pendurada como um estranho pingente de cabeça para baixo dentro do carro.
                          Nesse momento Balthazar entra na guarita,seus sapatos estavam sujos de lama.Ao abrir a porta um relâmpago pareceu dar certa dramaticidade à sua entrada.
-Aquela "coisa" se chama Josi...É a minha filha.-Disse Balthazar,Tolledo levantou-se e Balthazar sentou na cadeira onde ele estava.
-Meu bebê nem sempre foi daquele jeito, você não entenderia o que um pai é capaz de fazer por uma filha...

Continua...

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Inevitável

Ela é o meu sorriso
Quando penso em algo bom
Um brilho nos olhos
É o que me tira
Do tom,
Ela é o perfume
Que fica
A lembrança mais doce
O alívio imediato
A paixão no ato
Na troca de olhar
Ela é o tempo vagaroso
Um beijo gostoso
Que adoro provar
Ela é um anjo adoravel
O inevitável
Destino do amor.

Reverendo Felix Fausto

O Vigia parte VII

Sil e Felix olharam para a frondosa árvore na frente da casa, janela ampla propiciava isso, perceberam que um galho num ponto mais baixo havia sido serrado.
Sil sentiu um arrepio, provavelmente era o galho onde Luís tinha se enforcado.
E Cabral continuou:
-Meu irmão tirou a própria vida.Eu sei que algo de muito estranho acontece naquele lugar.
Cabral levantou-se e foi até a cozinha,e voltou trazendo uma garrafa térmica com café, três xícaras e uma pasta preta de couro.
Na pasta haviam vários recortes de jornais de diferentes datas.
As matérias relatavam desaparecimentos misteriosos, e mortes em situações suspeitas.
Apontou com o dedo uma das matérias,o recorte estava amarelado e via-se a foto de um menino sorridente, de uns cinco anos talvez.
-Até crianças...Crianças!!!-Disse.
Felix recordou do pequeno sapatinho que encontrou sujo de sangue, próximo ao barracão.
Sentiram-se desconfortáveis.Muita coisa começava a fazer sentido naquela loucura toda.
Beberam um pouco de café e ficaram em silêncio.
-Balthazar é um sujeito poderoso aqui na região,o caso do meu irmão ficou por suícidio mesmo.Fui aconselhado a deixar tudo como estava, Balthazar pagou as despesas com o funeral, mesmo eu dizendo que não queria.
Ficaram mais um tempo  em silêncio.
-Bom,alguma coisa tem de ser feita sobre isso.-Disse Felix e concluindo:
-Tem uma mulher presa naquele barracão,sou pago para soltar ela todas as noites,eu acho que é ela que faz essas coisas todas.
Felix achou melhor não falar do caráter sobrenatural da situação.Sil olhou para ele e perguntou:
-Como assim,uma mulher presa?
-Droga, eu acho que é ela que está matando essas pessoas.
Era urgente que algo fosse feito a respeito dos acontecimentos.
Felix perguntou para o Cabral sobre armas, se ele tinha alguma.Cabral trouxe um revolver carregado e munição.
Sil disse que tinha uma arma no carro.
-Quero ir junto!-Disse Cabral.
-Olha,Sil e eu podemos dar conta de tudo, fica por aqui mesmo.Tu já perdeu muito nessa história toda.
Felix e sil despediram-se de Cabral e foram embora.
Pararam num posto de gasolina e abasteceram, Felix comprou dois galões extras de gasolina, lembrou de algumas garrafas vazias na guarita.
O dia corria e logo chegaria a noite.

Continua...

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Só Os Malucos São Felizes

Tenho inveja de gente doida, tenho, tenho mesmo.São irritantemente felizes com o pouco que tem, auto-suficientes com a realidade onde escolheram viver, e lá são plenos.
São Napoleões, super heróis e o que eles quizerem ser.
É muito legal!!!
E é simples, tudo o que é simples é genial.
Invejo esse despreendimento deles, o descompromisso com tudo o que estabelecemos como normal, normal deveria ser a felicidade de qualquer forma que ela se apresentasse.
Mas não, temos o dom de complicar tudo!!!
Felizes são os doidos!!!

Reverendo Felix Fausto

Suicídio

Viver as vezes é um exercício cansativo, enfadonho e extremamente solitário.
E procurar sentido nisso tudo nem sempre ajuda.Sempre desconfiei de pessoas felizes e resolvidas,duvido que num determinado momento do dia, essas pessoas não percebam o horror e a estupidez disso tudo.
Parece que o sentido de tudo é "ter" e não "ser".
Centrar a nossa felicidade em coisas que não precisamos e nem sabemos se queremos ter.
Não gosto de me sentir sufocado, e sempre tem alguém tentando me dizer o que fazer, e como eu deveria ser.
Uma vez confesso que pensei em me matar.
Mas acho isso de uma covardia e um egoísmo sem tamanho.Posso ser egoísta algumas vezes, mas não covarde.
Descartei a facilidade dessa fuga,fui feito para ver morrer, ou matar.
Mas jamais tirar minha própria vida.

Reverendo Felix Fausto

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Agosto

Não quero nutrir superstições com relação ao mês de agosto.
Mês do azar, cachorro louco, bruxa solta e todo o tipo de presságios ruíns.
Sempre foi um mês igual à todos os outros foi que eu sempre achei.
Mas confesso que começou meio estranho!!!
Sonhos, incidentes e a certeza de que devo voar baixo, escapar dos radares da inveja e mau agouro.
Mas não temo por mim, fico preocupado com as pessoas que eu amo, ou gosto.
Sempre tive alguém, algo ou, uma força zelando por mim.
Satã, Deus ou, lá sei eu o quê!!!
Mas nunca em desamparo.

Reverendo Felix Fausto